Rasgadinho arrastou multidão

Quem pensa que Aracaju não tem carnaval está enganado. A sexta edição do Bloco Rasgadinho está animando a cidade, com o tema “Uma grande mistura de cor e cultura”, visando à valorização das festas carnavalescas e o resgate dos blocos de rua. Na tarde desta sábado, 21, o cortejo seguiu pelos bairros Cirurgia, Suissa e Getúlio Vargas, com a participação de milhares de foliões. A festa prossegue com show e desfiles até a próxima segunda-feira, 23.

Para o fundador do bloco, o senhor Manuel Leopoldo, de 77 anos, o resgate da festa demonstra a força dos carnavais de rua e faz com que Aracaju se torne referencia entre as festas do Estado. “Cumpri a minha parte e espero que as novas gerações dêem prosseguimento a esta manifestação cultural tão importante”, ressaltou. Para o secretário de Estado da Cultura, Luiz Alberto, a festa, que voltou a ser realizada em 2003, “é marcada pela tranqüilidade e alegria dos participantes”.

Além disso, no Rasgadinho, a animação é o combustível que move os foliões do bloco. O eletricista Sandro Oliveira, que participa pela primeira vez da festa, diz estar “surpreso com a alegria das pessoas”. Ele informa que no próximo ano trará toda a família para participar do cortejo e dos shows. A professora Luciene diz adorar a festa e ressalta o potencial artístico do evento. “A força artística do Rasgadinho contribui para a animação das pessoas”, afirma.  

Adriana se fantasiou de boneca.

Fantasias

Como em todo carnaval, as fantasias dão o colorido da festa ao lado de serpentinas e espumas. A pedagoga Adriana Andrade, que este ano se fantasiou de boneca Emilia, comemora o crescimento do evento. “A expectativa é de que 50 mil pessoas brinquem nas noites de shows do Rasgadinho. Isso deixa a população do bairro Cirurgia muito feliz”, destaca.

Dentre esta multidão de foliões, está o pequeno Iago, de 03 anos. Acompanhado da mãe, o garoto curte a alegria dos bonecos gigantes, que também abrilhantam o cortejo. E como para pular carnaval não existe limite de idade, a senhora Maria José, de 65 anos, que desfila no bloco “As Abaladas”, vestiu-se de noiva, para procurar um marido. “Vim para o Rasgadinho na esperança de encontrar um esposo. Será que eu consigo?”, brinca Maria José, enquanto festeja ao lado de outras senhoras, que compõem o grupo.

Maria José se diverte no bloco "As abaladas".

Resgate

O organizador do evento, vereador Robson Viana, vê o sucesso da festa com muita satisfação. “O Rasgadinho cria uma identidade cultural para o carnaval de Aracaju, por ser uma festa democrática e irreverente”, explica o parlamentar.

O prefeito da cidade, Edvaldo Nogueira, concorda com a opinião do organizador do evento e avisa que a tendência é que o carnaval de Aracaju cresça ainda mais. “São 36 blocos de rua espalhados por todos os bairros levando alegria e descontração para o povo, além de revelar que Aracaju também é a cidade do carnaval”, enfatiza Nogueira.

Por Valter Lima