O desemprego está se tornando uma verdadeira epidemia.
Segundo o IBGE, estima-se que três milhões de empregos evaporaram
nos anos noventa, 2/3 eram vagas para jovens com menos de vinte anos.
Em toda parte nos deparamos com pessoas desesperadas à procura
de emprego. E o que elas fazem? A maioria parte para os chamados bicos
(serviços informais), ou seja, sem vínculo empregatício,
onde o funcionário não tem registro na carteira profissional
nem os devidos direitos trabalhistas.
Em Aracaju, muitas
lojas foram fechadas nos últimos 3 anos, como as Lojas Brasileiras,
Mesbla, Brilhante, Pernambucanas entre outras. Somente aqui em Sergipe,
mais de 5 mil pessoas foram jogadas no mercado informal, piorando ainda
mais esse quadro. Segundo o presidente do Sindicato dos Comerciários,
Ronildo Almeida, isto tudo é fruto da própria política,
do neoliberalismo e da globalização.
Em período
de eleições, o comércio dos bicos cresce ainda mais.
Os partidos declararam ao TRE que vão gastar cerca de R$ 16 milhões
nas eleições 2000. Mas na prática, esse valor aumenta.
Segundo a cúpula do PSB, eles pretendem trabalhar em média
com 100 a 150 pessoas em sua equipe de apoio. A maioria vai receber um
salário mínimo para executar trabalho do tipo: afixar bandeiras
em postes, colar cartazes em paredes, distribuir propaganda do candidato,
entre outros serviços.
Estima-se que o serviço
de boca de urna em 2000, seja em média de R$ 20,00. Ano passado,
esse valor chegou a metade, e às vezes, até menos. A porta
dos partidos e comitês ficam lotadas de pessoas em busca de ganhar
um dinheirinho para aumentar o orçamento. O desempregado, João
Oliveira, revela que fazer bico no período de eleição
é um risco, isso porque quando o candidato perde a eleição,
geralmente, o último mês de trabalho ninguém recebe.
"Trabalhei para um candidato nas últimas eleições
e fiquei a ver navios. Ele perdeu a eleição e eu perdi o
meu dinheiro", declara.
Câmara
Municipal de Aracaju vai à reeleição
O Tribunal
Regional Eleitoral tem 1.086.177 eleitores sergipanos credenciados a comparecer
em 1º de outubro, nas 3.752 urnas eletrônicas existentes em
todo o Estado. Existem mais de 5 mil candidatos nas ruas em busca de voto.
O maior número de candidatos a vereador está concentrado
em Aracaju. São 432 candidatos que concorrem às 21 vagas
da Câmara Municipal de Aracaju. Além disso, todos os vereadores
da capital vão tentar à reeleição. A composição
atual da câmara em Aracaju é a seguinte: Sérgio Goes,
Elber Batalha, Adelson Barreto, Alcivan Menezes, Antônio Samarone,
Antônio Soares da Mota, Daniel Fortes, Emmanuel Nascimento, Jeremias
Romão, Jidenal dos Santos, João Carlos Pimentel, João
de Oliveira Santos, Evando Franca, José Carlos Azevedo, José
Paz da Silva, José Silvio Monteiro, Josenito Vitale de Jesus, Maria
Nazaré de Carvalho, Pedro Firmino, Renilson Cruz Silva e Tânia
Soares da Mota.
O segundo maior número
de candidatos está concentrado em Nossa Senhora do Socorro, na
grande Aracaju, com 352 pretendentes às 17 vagas na câmara
municipal. A concorrência chega a 20,7 candidatos por vaga. O município
sergipano com menor número de candidatos é em Macambira,
16 competidores concorrendo às nove vagas.
Censo
descobre situação do Brasil
Começa
hoje o censo 2000, que pretende avaliar a situação da população
em todo o país, cerca de 240 milhões de brasileiros, abrangendo
questões como renda, sexo, emprego e moradia. O órgão
responsável pela pesquisa é o IBGE (Instituto de geografia
e Estatística). O primeiro a responder, foi o Presidente da República
Fernando Henrique Cardoso.
Este ano há
um diferencial, em relação ao ano passado, a escolha dos
recensiadores foi feita com pessoas da própria comunidade, dificultando
a ação de marginais.
Segundo o Ministro
do Planejamento, Martus Tavares, através do censo, o governo pode
verificar a real situação da comunidade de todos os bairros,
estados e municípios e espera que toda a população
responda a este questionário, com a devida seriedade.
O que esperamos,
é que não só estes, como os futuros governantes que
participam este ano das eleições 2000, também sejam
sérios e tomem as devidas providências, quando constatarem
a miséria, que todos os dias enxergamos, sem a ajuda de censo algum.
|
|