Mulheres
crescem na política no último pleito
A
participação feminina na política brasileira, pelo
menos no nível municipal, aumentou. A partir de 1.º de janeiro,
7 mil vereadoras eleitas vão assumir cadeiras nas Câmaras
Municipais. Na eleição anterior, 4.338 parlamentares foram
empossadas. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e
do Centro Feminista de Estudos e Assessoria.
Esse aumento de 61% na bancada feminina pode ser atribuído, em
parte, à Lei 9.100, de 2 de outubro de 1995, que estabelece cota
mínima de 20% das vagas de cada partido ou coligação
para candidatas. Isso porque mais mulheres ingressaram na política.
Em 1996, quando passou a valer a lei, 33.343 mulheres concorreram às
58.544 vagas de vereadores. Este ano, foram 70.321 candidatas para 60.277
cadeiras. Pode-se observar que a lei de cotas favoreceu a explosão
de mulheres pleiteando um cargo político.
De 1996 para este ano, enquanto a quantidade de cadeiras nas Câmaras
Municipais aumentou 2,96%, houve um crescimento de 111% no número
de candidatas. PMDB, PFL e PSDB foram, nessa ordem, os partidos que mais
apresentaram candidatas este ano (9.406, 8.061 e 7.299, respectivamente).
Uma das conseqüências é que essas legendas elegeram
mais mulheres. O PMDB fez 1.333 vereadoras, o PFL, 1.164, e o PSDB, 1.010.
A bancada do PT aumentou seu número de 169 para 350.
A distribuição regional, contudo, mostra que essa maior
participação das mulheres na política não
teve bons resultados em algumas urnas. É o caso do Amapá,
que passou de 85 parlamentares do sexo feminino para 82, e do Ceará,
que tem atualmente 341 mulheres nas Câmaras e terá 319 em
2001. Em outros Estados, o crescimento foi real. A bancada feminina do
Rio aumentou de 83 para 94 vereadoras. Em Minas Gerais, as parlamentares
são 876 na atual legislatura e serão, em 2001, 957.
No Estado de São Paulo, 824 parlamentares foram eleitas para o
próximo mandato. Na atual legislatura, 764 mulheres foram eleitas.
Apesar de já ter eleito para prefeito Luiza Erundina (do PSB, mas
foi candidata pelo PT) e ter outra mulher, Marta Suplicy (PT), concorrendo
ao mesmo cargo, a capital não acompanhou a onda de crescimento
no Legislativo do restante do Brasil. A bancada feminina da Câmara
Municipal de São Paulo caiu de 7 vereadoras para 5 na próxima
legislatura.
Prazo de defesa de vereadores a justiça eleitoral encerra hoje
O
Ministério Público Eleitoral abriu recentemente processos
contra candidatos que foram eleitos no pleito de 1º de outubro, em
Aracaju. Esses processos foram resultado de denúncias formuladas
e entregues ao ministério. O prazo para os vereadores eleitos Rivanda
Farias (PDT), Marcélio Bomfim (PPS) e Kennedy Fonseca (PMDB) termina
hoje. A Justiça Eleitoral espera que que os vereadores eleitos
encaminhem suas defesas contra as denúncias de compra de voto na
última eleição.
A grande expectativa é com relação a uma fita cassete
gravada com a voz de um vereador eleito, onde ele explica como manter
boca de urna. A fita que poderá ser divulgada a qualquer momento,
será mais uma prova contra um candidato.
Marta lidera pesquisa em SP
Depois
de apresentar uma diminuição sensível na diferença
entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, a Pesquisa
Tracking US/MCI para o segundo turno da disputa paulistana, apresentou
um quadro estável ontem.
Marta Suplicy (PT) manteve o mesmo índice do sábado, 52%.
Paulo Maluf (PPB) subiu um ponto, e atingiu 34% das intenções
de voto.
Quando a Pesquisa Tracking começou a ser realizada, dia 16 de outubro,
Marta estava 27 pontos à frente de Maluf. Hoje a diferença
é de 18 pontos.
A pesquisa US/MCI foi feita entre os dias 17 e 21, com mil pessoas. A
margem de erro é de três pontos para baixo ou para cima.
A pesquisa é feita através do método de tracking
eleitoral, que consiste em ampliar gradualmente o número de entrevistas,
diariamente, montando um quadro completo da situação dos
candidatos na campanha.
No tracking de ontem, foram acrescentadas 200 pessoas, retirando as 200
mais antigas. O resultado muda a cada dia.
No Recife, tropas federais estarão presentes no segundo turno
O
juiz coordenador da propaganda eleitoral, Bartolomeu Bueno, já
pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que requisite a presença
de tropas federais no dia da eleição do segundo turno no
Recife. Ele disse estar preocupado com a greve dos cabos e soldados da
Polícia Militar e com a possibilidade de ocorrência de violência
entre militantes dos dois candidatos à prefeitura, o prefeito Roberto
Magalhães (PFL) e o deputado estadual João Paulo (PT).
A campanha no Recife está bem acirrada e as pesquisas mostram empate
técnico entre os concorrentes, o que deve levar a uma boca de urna
muito pesada, com os dois querendo ganhar a eleição no dia.
Para impedir a crescente troca de acusações e ofensas entre
os candidatos no programa eleitoral gratuito, o juiz também proibiu
a veiculação dos depoimentos de uma líder comunitária
afirmando ter sido agredida pelo prefeito e de uma velhinha pensionista
acusando João Paulo de ter votado contra os servidores públicos.
O PT também não pode mais se referir a Magalhães
como "agressivo, truculento ou violento".
Urna eletrônica vira incentivo para concurso
No interior do Espírito Santo, município de Alegre com 36
mil habitantes, a primeira votação através da urna
eletrônica se transformou numa festa cívica. Incentivada
pelo Juiz Eleitoral Fernando Rosa, a comunidade se uniu em torno de uma
campanha de divulgação do voto informatizado.
De acordo com o juiz, em todos os lugares de grande concentração
popular como festas, batizados, feiras e até casamentos, a urna
eletrônica estava presente para que os eleitores pudessem aprender
a votar. Até mesmo durante um casamento, a urna eletrônica
foi sucesso, chamando mais atenção do que os próprios
noivos.
No dia primeiro de outubro foi confirmado o sucesso do trabalho: num total
de 22.726 eleitores, 85,69% compareceram às urnas, o índice
de votos brancos foi de 1,02%, nulos 6,40% e abstenção 14,31%,
ficando abaixo do índice nacional.
Para comemorar o resultado no município, foi criado o prêmio
"Amigos da Justiça Eleitoral". Vão receber o diploma
todos os voluntários que colaboraram com a divulgação
do voto eletrônico, a data da premiação ainda não
foi definida.
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