Eleições 2000

Venâncio Fonseca: "ser governador é muito estimulante"
Filho natural da cidade de Boquim, Venâncio Fonseca Filho, advogado, casado, pai de dois filhos é o atual Presidente do PPB. Já foi Secretário de Justiça, deputado estadual - por dois mandatos - e atualmente está na suplência. Foi também Governador Interino quando Presidente da Assembléia Legislativa em 94, ao ser reeleito deputado estadual como o primeiro mais bem votado com 19.136 votos. Nesta entrevista ele fala dos ideais do seu partido, das privatizações das estatais, do brasileiro e de seu amor pela política. Acompanhe passo a passo essa entrevista.

IN - Como deu início sua vida política?
Venâncio - Com 29 anos, em 1986, assumi a Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo no governo de João Alves Filho, depois assumi a Secretaria da Justiça no governo de Valadares em 90 e também fui eleito deputado estadual e reeleito em 94, fui Presidente da Assembléia.

IN - Há quanto tempo o senhor faz parte do PPB?
Venâncio - Estou no partido desde março de 1989.

IN - O senhor sempre esteve filiado ao PPB?
Venâncio - Não, já fui do PMDB e passei pelo antigo PRN.

IN - O que fez o senhor optar pelo PPB?
Venâncio - O PPB é um partido que eu já fui eleito por ele, tem um programa partidário voltado para a educação e pelo social muito bom, tem um grupo de companheiros que já fazem parte desse partido há muitos anos e tem um trânsito com executivo nacional.

IN - Qual sua ambição quando entrou na política?
Venâncio - Como filho de família política queria dar minha contribuição para desenvolvimento da minha região ( Boquim) e para o desenvolvimento do meu Estado.

IN - O senhor gosta de ser político?
Venâncio - Amo, faço política pelo ideal e mesmo sem mandato não deixarei um momento se quer de participar dos momentos políticos, principalmente para engrandecimento do meu partido no Estado.

IN - Quantos filiados tem o PPB no Estado?
Venâncio - Só na capital são mais de cinco mil filiados.

IN - Quais os ideais do PPB?
Venâncio - Um dos ideais conforme seu programa partidário que é voltado para o social, para o programa educacional é a geração de emprego no campo de trabalho.

IN - Quantos deputados o partido tem na Assembléia Legislativa do Estado?
Venâncio - Um deputado estadual , que o Bosco Costa e um federal, meu irmão, Cleonâncio Fonseca.

IN - O Senhor quando deputado foi autor de vários projetos. Quais foram os mais aprovados?
Venâncio - Mais votados para região da citricultura.

IN - Quantos votos o Senhor teve nas últimas eleições?
Venâncio - Na primeira eleição fui o quinto mais votado com 8.600 votos. Na segunda o primeiro mais votado com 19.136 votos e na terceira fiquei na suplência, com 9.700 votos.

IN - Qual seria o papel dos Estados e municípios para melhorar o sistema político brasileiro?
Venâncio - Eu acho que se o Estado cumprisse a parte dele com responsabilidade, aplicando as verbas devidamente, principalmente na educação e no social e com um programa definido de apoio a geração de empregos, tanto o Estado como o município daria um grande passo para o desenvolvimento.

IN - O Senhor pode traçar um perfil do PPB no Estado?
Venâncio - O PPB no Estado sempre teve o perfil de uma política antiga por ser um partido tradicional no Estado e nele ter feito parte também, políticos tradicionais como foi o caso de Augusto Franco, Djenal Tavares e outros. Ao assumir o partido adotei uma política moderna e atual fazendo uma reciclagem, dando total abertura para os novos filiados, para que assim, surgisse oportunidade de novas lideranças. Hoje é um dos partidos mais organizado no Estado.

IN - O Senhor acredita na possibilidade de o país recuperar o otimismo em relação ao crescimento?
Venâncio - Acredito. Pois a partir do momento que perdermos a esperança será o caos.

IN - Como o Senhor vê as privatizações das estatais. Telemar, por exemplo?
Venâncio - Eu acho que aquelas empresas que eram rentáveis, que prestavam um bom serviço a comunidade, o governo deveria conservar sob o seu poder.

IN - Quando governador interino, o Senhor tomou alguma decisão importante e como é ser governador mesmo por pouco tempo?
Venâncio - Tive uma oportunidade de quatro dias e busquei alguns benefícios para o meu município como: eletrificação rural, associação comunitária, tratores, ambulância através de convênio. Ser governador é muito estimulante.

IN - O Senhor como ex-secretário de justiça do Estado, o que acha da repressão da polícia baiana aos índios e revolucionários na festa dos 500 anos em Porto Seguro, que aconteceu recentemente?
Venâncio - Acho que a repressão está um ato ultrapassado, principalmente nos dias de hoje. Como ex-secretário quero dizer que o sistema penitenciário brasileiro está falido e caduco, necessitando urgentemente de um estudo para reciclar, que não é possível um sistema dar certo, quando um preso custa aos cofres públicos mais de cinco salários mínimos e um cidadão trabalhador que está produzindo no dia-a-dia receber um único salário.

Venâncio - Não, é a própria fragilidade da nossa lei.
IN - Faça um resumo da atual administração estadual?
Venâncio - Prefiro não me pronunciar.

IN - O povo brasileiro está totalmente desacreditado com relação aos políticos. Como o Senhor vê esse lado negativo na política?
Venâncio - Em todas as classes existe o bom e o ruim, o povo é que tem que saber escolher o seu representante, porque quando você vota está dando uma procuração para que o seu representante defenda os interesses da sua comunidade, do seu Estado e do seu país.