Voto: direito ou dever?
30/07/2002


A campanha das “Diretas Já!” foi um dos pontos altos da mobilização popular no Brasil no século passado. Eleger um presidente era um dos sonhos dos cidadãos da época. Eles queriam também mudar o modelo político e econômico do país. De lá para cá muita coisa mudou. A democracia foi estabelecida, mesmo tendo à sua sombra o militarismo de sempre, sempre castrador. Mais do que um direito, o voto passou a ser um dever de todos. E hoje, os jovens, que votam a partir dos 16 anos, também fazem parte dessa gama de eleitores que detém o poder de eleger uma representatividade política. Os idosos, mesmo não tendo a obrigatoriedade, também participam ativamente. Mas o que se questiona aqui é, justamente, essa obrigatoriedade em meio à democracia. Na sua primeira enquete, o Portal Eleições 2002 questionou justamente sobre esse direito adquirido do voto. “Você acha que o voto deve ser obrigatório?” A maioria dos internautas, representados por 80,37% dos votos, disse que não, que o voto não deve ser obrigatório por se tratar de um direito do cidadão (só vota quem quer!). 19,62% dos internautas disseram que sim, que o voto é um dever do cidadão e, por isso, tem que ser obrigatório. Direito ou dever, o cidadão mostra que a democracia não combina com essa obrigatoriedade, mas, no entanto, não abre mão dessa responsabilidade. Mais do que direito ou dever, este é um exercício de cidadania.

Por Neila Santana