Estado de anomia
13/07/2004
É impressionante o estado de anomia que vive a sociedade política sergipana e o pior é que isto parece imperceptível à maioria da população. Como sociólogo vejo um desafio analítico à minha frente e como cidadão uma vergonha pra resolver. Na semana passada assisti pela TV um membro do governo municipal de Aracaju justificar a maior liberação de verbas federais pra este município pela relação de "amizade, compadrio e companheirismo partidário" entre o Presidente e o chefe executivo local e hoje leio coisas semelhantes que demonstram o estado de anomia social e política que vive esse Estado.
Para poder se pensar cientificamente sobre Sergipe seria necessário compor uma junta de sociólogos e cientistas políticos trabalhando diariamente durante anos para se chegar a uma avaliação explicativa dessa condição, coisa que não deve acontecer pelos próximos 50 anos e razão para isso é que estes profissionais para os políticos sergipanos na valem absolutamente nada. É o que podemos constatar pelos gabinetes parlamentares, cheios de assessores jurídicos, e nenhum economista, trabalhando como consultor econômico, nenhum sociólogo, nem como faxineiro, nenhum cientista político, enfim, nenhum profissional que pelo currículo tenha condições de operar o processo legislativo a partir de uma análise mais profunda do tecido social. Sergipe é a terra do "eu acho que dá certo" e será difícil se desenvolver a partir de um processo científico de base social. É lamentável!
Denison Viana
viana80@hotmail.com