PSDB terá metade dos candidatos do PT nas capitais
28/06/2004


O PT lidera o número de candidatos a prefeito nas capitais a dois dias de encerrar-se o prazo para as convenções. O PT disputará em 24 das 26 capitais de Estado. Esse número supera as 19 candidaturas lançadas nos dois últimos pleitos. Já o PSDB tem reduzido, ao longo das últimas campanhas, o número de candidatos nas capitais. Depois de ter atingido o pico no segundo ano do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), com 18 candidatos, caiu para 16 em 2000 e nesta eleição deve disputar em 12 capitais: a metade do PT .

O maior número de candidaturas não é garantia de maior sucesso nas eleições. Embora tenha lançado menos candidatos nos últimos anos, o PSDB elegeu o mesmo número de prefeitos nas capitais. Já o PT, teve sucesso em apenas duas capitais em 1996 - Belém e Porto Alegre - e em seis em 2000, embora tenha lançado o mesmo número de candidatos. O PT manteve as prefeituras eleitas em 1996 e chegou aos comandos de São Paulo, Recife, Belém e Aracaju.

Além de disputar em menos capitais, o PSDB estará de fora da cabeça de chapa em seis dos dez maiores colégios eleitorais do país. Em Belo Horizonte, a maior capital em que chegou ao poder em 1988, o PSDB do governador Aécio Neves apoiará o PSB, do deputado estadual João Leite contra o prefeito Fernando Pimentel (PT) que disputa a reeleição. A volta à Prefeitura de Salvador, que conquistou em 1992, não será possível ao PSDB. Lá, os tucanos apoiarão o PDT de João Henrique Carneiro contra o petista Nelson Pellegrino.

No Rio, o PSDB ficará com a vaga de vice de César Maia (PFL). O PT sai com Jorge Bittar. Em Porto Alegre, os tucanos apoiarão ou o PPS de José Fogaça ou o PFL de Onyx Lorenzoni contra os 16 anos da administração petista. O ex-prefeito Raul Pont (PT) tenta retornar ao posto. No Recife, o PSDB está na chapa de Carlos Eduardo Cadoca (PMDB) contra a reeleição do prefeito João Paulo Lima e Silva (PT), e em Belém, na de Duciomar Costa (PTB), contra Ana Júlia Carepa que tenta estender os oito anos de mandato petista na capital do Pará.

A confirmação da candidatura de José Serra em São Paulo motivou apenas a do senador Teotônio Vilela Filho para disputar o comando de Maceió contra Paulão do PT. Mas barrou as alianças que estavam sendo alinhavadas com o PT em Belo Horizonte e Goiânia. Sem candidato próprio na capital goiana, o PSDB vai ficar com a vice de Sandes Júnior (PP) contra a reeleição do prefeito Pedro Wilson (PT).

Apesar de governar o Estado do Ceará, o PSDB nunca chegou à Prefeitura de Fortaleza. Tenta com Antonio Cambraia, que já comandou a prefeitura pelo PMDB, o fato inédito. A petista Luiziane Lins, contra os interesses da direção nacional do PT, disputa também a capital cearense. Já em Curitiba, Beto Richa (PSDB) enfrenta Ângelo Vanhoni (PT). Manaus é uma das duas capitais que o PT não terá candidato e apóia Vanessa Grazziotin (PCdoB). Já o PSDB, tenta emplacar o deputado Artur Virgílio Bisneto.

Em São Luís, a aposta dos tucanos é o deputado João Castelo, já os petistas tentam chegar com a deputada estadual Helena Heluy. Em Natal, PT tenta com Fátima Bezerra e, o PSDB, com Luiz Almir. O PT busca a reeleição em Macapá com João Henrique Pimentel; o PSDB apoiará o PDT. Em Aracaju, o prefeito Marcelo Déda é grande aposta dos petistas. Sem poder se recandidatar, os três prefeitos tucanos tentam fazer os sucessores tucanos em Teresina, com Sílvio Mendes; em Vitória, com César Colnago e em João Pessoa, com Rui Carneiro. Para barrá-los o PT escalou Flora Isabel, João Coser e Avenzoar Arruda, respectivamente.

O PT ainda disputa com o PSDB em Cuiabá e Florianópolis. Na capital do Mato Grosso, os tucanos apostam em Wilson Santos e os petistas em Alexandre César. Na capital catarinense, o PSDB enfrenta com Dário Berger contra Afrânio Boppré. O PT tem candidato próprio ainda em Campo Grande (Vander Loubet), Porto Velho (Roberto Sobrinho), Rio Branco (Raimundo Angelim) e Palmas (Raul Filho). Nessas cidades, o PSDB não disputa com a cabeça de chapa.