Adelmo condena taxação dos inativos
23/08/2004


"Essas pessoas que pensam em se eleger prefeito para depois largar o cargo para ser governador podem ter uma grande surpresa. Pode acontecer uma super zebra na eleição de outubro próximo e no dia 1º de janeiro de 2005 eu estarei subindo as escadas do palácio Ignácio Barbosa". A profecia é do candidato a prefeito do PAN, Adelmo Macedo. Ele condena a taxação dos inativos e diz que Déda não deu atenção às áreas da saúde e educação.

Como o senhor avalia o desempenho obtido até agora nas pesquisas?

Adelmo Macedo –

A credibilidade que conquistamos ao longo dos anos na luta em defesa dos aposentados e pessoas idosas está nos permitindo crescer e vai melhorar ainda mais. Em pouco tempo estaremos consolidados no terceiro lugar, mas a nossa meta é chegar em primeiro. Embora não pareça significativo, o percentual que conquistamos é bom e trabalharemos para melhorá-lo muito mais.

A que o senhor atribui esse crescimento?

Adelmo -

Ele é decorrência do horário político no rádio e na TV e da iniciativa dos próprios aposentados, que vem se posicionando em apoio à nossa candidatura. Um outro fator importante no crescimento da candidatura majoritária do PAN nas pesquisas foi a carreata que realizamos recentemente. A nossa presença na rua tem contribuído para que as pessoas se manifestem favorável à candidatura. No próximo dia 26 faremos uma caminhada pelo centro comercial de Aracaju. Vai ser a grande festa democrática e popular em defesa dos aposentados, dos idosos e da cidadania do aracajuano. O povo nos recebe bem porque sabe dos nossos compromissos e da nossa independência. O aracajuano está contra o continuísmo de Marcelo Déda e quer mudanças.

Como vai se dar a sua campanha política a partir de agora?

Adelmo -

O povo tem dito nas ruas que só existem duas candidaturas à Prefeitura de Aracaju, a minha e a do Déda. Este tipo de avaliação é conseqüência da conduta que sempre tenho adotado. Não tenho a mínima pretensão de atacar "A", "B" ou "C". Quem deve julgar à todos é o eleitor e ele fará isso no dia 3 de outubro. Faço uma campanha sem muito dinheiro, mas com muita disposição e entusiasmo- Isso tem nos dado alegria. Vamos ampliar as nossas investidas no corpo-a-corpo, nos bairros. É nosso desejo expor amplamente o programa de governo. Queremos mostrar o que pretendemos realizar na nossa cidade junto com o povo. Temos um projeto e não trabalhamos com promessas. Aracaju precisa de progressos e não de tapeação, de administração meia sola.. O aracajuano quer ação. Basta de promessa!

A taxação dos inativos pode beneficiar a candidatura do Partido dos Aposentados da Nação?

Adelmo -

Concretamente, essa taxação prejudica os inativos, pessoas que dedicaram as suas vidas produzindo para garantir dias melhores para o Brasil, para Sergipe e para Aracaju. Os inativos, que em sua maioria já vivem mal, vão ter as suas condições de vida bem mais pior. É lamentável que um governo que se diz defensor dos trabalhadores promova a perseguição aos trabalhadores.

O que o prefeito Marcelo Déda fez que o senhor não faria na administração municipal de Aracaju?

Adelmo -

O prefeito Marcelo Déda desrespeitou muito o povo da capital, principalmente as comunidades mais carentes. O aracajuano está precisando muito de um melhor sistema de saúde, mais moradia, mais segurança. Ele usou o Orçamento Participativo como instrumento de avaliação das necessidades dos bairros, prometeu as obras e não as fez. Faltou-lhe compromisso.

O que Déda fez que o senhor gostaria de ter feito?

Adelmo -

A única coisa foi ter a oportunidade de ser prefeito.

Quais são as principais carências de Aracaju hoje?

Adelmo -

O maior problema da cidade, hoje, é a falta de saneamento básico. Ao longo dos anos Aracaju cresceu e os prefeitos não se preocuparam em oferecer condições para que ela crescesse saudável. Outro problema que aponto como grave é o vivido pela criança. Ela não tem escola, vive nos sinais ou morando com suas famílias nas ruas, embaixo de pontes. O prefeito atual não se preocupou em ampliar a oferta de vagas nas escolas e em oferecer oportunidade de educação para as camadas mais carentes. É visível também a crise que atravessa o sistema de saúde.

Porque todos os candidatos insistem em falar mal do sistema de saúde administrado pelo município? Isso é programado?

Adelmo -

Há, visivelmente, uma crise nos sistemas educacional e de saúde. Não adianta dizer que o SAMU veio para oferecer saúde para todos. Entendemos o SAMU como um serviço de ambulância igualzinho àquele que os prefeitos do interior mantém em suas cidades. Pega-se o doente, transporta-se até um hospital e acabou-se o compromisso da prefeitura. Aracaju precisa ter um hospital municipal. É necessário aumentar a oferta de leitos na hospitalares na cidade, para realmente oferecer melhores condições. O segmento educacional é problemático também. Já se faz necessário aumentar a oferta de vagas, reciclar os professores, para que tenha vontade de trabalhar. Aracaju precisa educar bem as suas crianças para que elas possam ter umas vida digna junto com suas famílias.

O senhor deu a entender, agora há pouco, que faz uma campanha franciscana. Contudo, declarou junto a Justiça Eleitoral que vai gastar R$ 200 mil na campanha. De onde virá esse dinheiro?

Adelmo -

Diante dos valores expostos pelos demais candidatos, a minha campanha é realmente muito pobre. Já conseguimos alguns recursos a título de ajuda e isso nos tranqüiliza um pouco. Vamos continuar pedindo a colaboração dos amigos, filiados do PAN e empresários que se disponham a contribuir com uma campanha séria e honesta.

Com pouco dinheiro em mãos e um partido pequeno, como o senhor pretende chegar à Prefeitura de Aracaju?

Adelmo -

Nada na vida é impossível. Temos os pés no chão e sabemos que é difícil para uma formiga obter sucesso numa briga com um elefante. Mas é bom lembrar que o pequeno Santo André tirou o título do grande Flamengo. Déda tem a máquina da Prefeitura, o compadre presidente na Presidência da República (Lula) , um amigo na presidência da Petrobras (José Eduardo Dutra), o apoio de um ex-governador (Albano Franco- PSDB) e do atual governador (João Alves Filho – PFL). É difícil derrotá-lo. Mas o povo pode dar a volta por cima. Essas pessoas que pensam em se eleger prefeito para depois largar tudo para ser governador pode ter uma surpresa. Pode acontecer uma super zebra na eleição de outubro próximo e no dia 1º de janeiro de 2005 eu estarei subindo as escadas do Palácio Inácio Barbosa.

 

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