A falta de energia, um temor no passado
01/10/2006


Em todos os grandes momentos históricos de Sergipe, ocorria um 'fenômeno' interessante: faltava energia elétrica. Nas eleições de 1954, quando foi eleito o líder da UDN, Leandro Maciel, mal as urnas se fecharam e faltou energia até por volta das 20h.

Como, naquela época a votação era por chapas individuais para cada candidato, colocadas numa urna em formato de saco,  fechadas com pequenos cadeados, mais das vezes as mesas apuradoras encontravam urnas com cadeados quebrados. O cúmulo da ousadia, porém, se deu na eleição de 1958. Uma vez encerrada a votação, as urnas eram trazidas para o prédio hoje ocupado pela Câmara de Vereadores.

Era ali que eram feitas as apurações – coisa que levava entre 5 e 7 dias. Pois bem: mal chegou a noite, e faltou energia. Alguns homens desceram de um carro, entraram truculentamente no local da apuração e carregaram quantas urnas puderam. Nunca mais elas foram recuperadas.

Hoje, como ocorrem poucos cortes de energia, é de se esperar que o fantasma da falta de energia elétrica, seja justamente isso: um fantasma do passado.

Por Ivan Valença