A poucas horas das eleições, na noite de ontem, os institutos divulgavam as últimas pesquisas. E elas vinham com uma surpresa: Lula perdia a vantagem que sempre manteve todo o período pré-eleitoral para ceder a um provável e iminente segundo turno.

Não é exatamente o que o presidente queria, mas terá que se contentar com a vontade do povo. Nunca na história da República brasileira um presidente foi acossado com tantas acusações de corrupção e incompetência administrativa. Nada, porém, consegue grudar no presidente que sempre manteve a dianteira na preferência popular. Agora, a coisa pegou: o último escândalo, o do dossiê contra José Serra, chegou à sala contígua do presidente e naturalmente repercutiu junto à sociedade. Ademais, a ausência de Lula do debate promovido pela Rede Globo obteve repercussão.

Calcula-se que o estrago tenha sido de 2% nas suas intenções de voto. Mas, aí foi um risco calculado: se ele fosse, calcula-se que o estrago poderia ter sido em torno de 4 a 5%. De qualquer forma, não será surpresa se tivermos um segundo turno para as eleições presidenciais.

Por Ivan Valença