Marco Aurélio Mello, Presidente do TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, afirmou ontem, 11, em entrevista ao "Programa do Jô", da Rede Globo, que a prática da reeleição instaurada na era FHC é "péssima" para a democracia. Antes, disse o ministro, "a reeleição não fazia parte da nossa tradição republicana".

Para Marco Aurélio, o favoritismo de candidatos à reeleição é explicado porque "há maior valia de quem está no exercício do mandato". O presidente do TSE também disse haver um "desequilíbrio na disputa" e que a lei deve se encaminhar no sentido de que "aquele que tende à reeleição deixe a cadeira para concorrer em igualdade de condições com os demais candidatos".

Pesquisas

As últimas pesquisas de intenção de voto à Presidência apontam para uma preferência do eleitor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição. Os levantamentos também apontam para definição das eleições ainda no primeiro turno.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, candidato à reeleição em 1998, ganhou o pleito no primeiro turno com 54,27% dos votos, contra 27,04% do segundo colocado, o agora presidente Lula. "O próprio presidente da República reconheceu que não conseguia distinguir quando atuava como presidente ou como candidato", disse o ministro.

Máquina administrativa

Marco Aurélio criticou o uso da máquina administrativa para se obter vantagens nas campanhas eleitorais e reforçou que o TSE tem agido "com rigor" neste campo.

Lula já recebeu multa de R$ 900 mil por distribuir um jornal em formato tablóide, em caráter eleitoral, em janeiro deste ano. O TCU (Tribunal de Contas da União) também desconfia de superfaturamento na impressão de cartilhas para campanha do presidente na Secom (Secretária de Comunicação) da Presidência da República.

O presidente do TSE também deixou escapar que acredita na existência do mensalão. "Onde há fumaça, há fogo", afirmou.

Fonte: Site UOL