Fontes critica Ibope e o instituto rebate
29/08/2006


Segundo Fontes, a pesquisa é "um caso de polícia"
Para o deputado federal João Fontes, candidato ao governo de Sergipe pelo PDT, o resultado da pesquisa do Ibope divulgada na última sexta-feira, 25, reforça sua tese de que, no Brasil, pesquisa deve ser tratada como “um caso de polícia”. “Esse resultado não tem a menor lógica”, argumenta. “Como é que antes da minha campanha ir pra rua, quando muitos de vocês pensavam que eu ainda era candidato a deputado federal, eu tive quatro por cento, e agora, com a campanha na rua crescendo a cada dia, com os programas eleitorais, eu apareço com este número?”, questiona o candidato.

 

Na opinião de Fontes, há uma intenção clara, com base nos resultados das pesquisas, de polarizar a campanha entre as duas principais candidaturas. “Na sexta-feira, quando concedia uma entrevista na FM Ilha, seis horas antes da divulgação, disse claramente que iria aparecer com 1%, porque esse é o jogo”, revela.

 

CPI das pesquisas

 

Ele acredita que situações como essas não aconteceriam se a CPI das Pesquisas, que ele propôs no Congresso Nacional, tivesse sido aprovada. “A intenção era investigar como essas pesquisas são feitas, além de apurar a relação existente entre o Ibope e os governos. Infelizmente, barraram a CPI antes dela ser criada”, lamenta João Fontes.

 

O candidato do PDT afirma que já foi vítima das pesquisas eleitorais em 2002. “Fui eleito deputado mais votado do PT sem nunca ter aparecido em nenhuma delas. Pelo contrário, sempre apareciam cinco a seis candidatos do partido na minha frente”, recorda.

 

Na Câmara, João Fontes encaminhou, como representante do PDT, o projeto para proibir a divulgação de pesquisa 18 dias antes da eleição. “Fiz isso porque se trata de um instrumento muito forte de influência do voto, e mal utilizado, acaba conseguindo manipular o resultado das eleições”, opina.

 

O IBOPE

 

Essas declarações de Fontes têm relação com a pesquisa do IBOPE, registrada sob o nº. 2916/06 no Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), realizada no período entre 22 e 24 de agosto, com 812 eleitores de 32 municípios.

 

Segundo Marcello Alvarenga, Gerente de Comunicação do Grupo IBOPE, as pesquisas do IBOPE Opinião seguem a determinação da legislação eleitoral, que é bastante rígida, e são o retrato fiel da opinião pública no momento em que são realizadas e que o instituto não comenta inferências dos candidatos sobre suas próprias candidaturas.

 

“O Grupo IBOPE é uma multinacional brasileira de capital fechado, composto por 52 empresas, gerido por executivos reconhecidos no mercado, atuando com uma postura idônea e totalmente isenta. Os resultados das pesquisas são entregues, em primeira mão, aos clientes e, no caso de pesquisa contratada para divulgação, são disponibilizadas no TRE e no portal do IBOPE (www.ibope.com.br), de acordo com a legislação eleitoral. O IBOPE Opinião é referência obrigatória quando se fala em pesquisa de intenção de voto no Brasil e por isso é a instituição mais solicitada para realizar pesquisas eleitorais não só pelos principais partidos e candidatos, mas também pelos principais veículos de comunicação. O IBOPE Opinião acredita que o acesso às informações das pesquisas faz parte do processo democrático”, finaliza Alvarenga.