Entrevista: prefeito eleito de General Maynard José Evangelista
31/10/2008


José Evangelista: prefeito eleito de General Maynard
José Evangelista Filho é o prefeito eleito para administrar a menor cidade do Estado: General Maynard. Médico, ele acredita que os principais problemas enfrentados no município estão nas áreas de saúde e educação. Com previsão de ter o orçamento da cidade dobrado no próximo ano, o prefeito eleito tem dentre suas principais propostas para a melhoria da situação dos 2.700 habitantes da cidade um amplo investimento no social, com a criação de habitação e geração de emprego.

Confira a entrevista com José Evangelista:

Portal Infonet- Qual o valor do orçamento que você terá para administrar a cidade? Ele é suficiente para executar os seus projetos de campanha?

José Evangelista- Temos uma arrecadação de R$ 600 mil que não é tão pequena em relação à nossa população. O que é necessário é eleger prioridades e ao mesmo tempo ter uma folha enxuta e compromissos políticos. Podemos não chegar no ótimo e excelente, mas poderemos fazer muito. Há uma previsão para 2009 de que esse orçamento dobre graças aos royalties da Petrobras . Esse incremento vai ajudar bastante, mas estou preparando para trabalhar com o orçamento anterior.

Infonet- Quais são as prioridades para o início da sua administração?

JE- Primeiramente preciso saber qual a real situação da cidade. Vou cumprir o meu plano de governo, começando pelo mais simples. As minhas prioridades serão a educação e a saúde. Esta última pelo fato de que sou médico e por isso obrigatoriamente ela precisa funcionar bem para não se tornar um paradoxo. Sinto como obrigação fazer com que a saúde em General Maynard seja uma referência.

Infonet- Os maiores problemas enfrentados pelo município são nessas duas áreas?

JE-Com certeza.

Infonet- Com relação à saúde, como estão os índices do município?

JE- Estão todos abaixo das médias indicadas. Não só os da saúde, como também os da educação. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é muito baixo, isso porque a assistência médica é precária. O município é hoje foco de doenças como esquistossomose, o que demonstra esse problema. A equipe do Programa Saúde da Família (PSF) não cumpre os seus horários. Outro dado é que os salários dos profissionais estão abaixo do mercado, o que não atrai médicos para a região.

Infonet- E a educação?

JE- Existe uma escola estadual que é municipalizada e que ainda não conseguiu mostrar o seu objetivo. A situação na escola como um todo é ruim, principalmente para os professores. Quero rever essa situação e fazer o que for melhor para o município.  Outro problema é para os que moram nos povoados e estudam na cidade, pois estes precisam do transporte, que é deficitário, o que faz com que as crianças só cheguem atrasadas. A merenda escolar, que se constitui em um item muito importante em um município pobre, já que os alunos muitas vezes chegam sem comer, encontra-se deficitária.

Infonet- O que você pensa em fazer de concreto para resolver essas questões?

JE- Primeiramente pensar nos profissionais que exercem essas importantes atividades, revendo as condições salariais. Vou valorizar o magistério e todos os profissionais envolvidos nesse processo. Com melhores condições de trabalho é possível exigir mais e conseqüentemente o serviço será melhor.

Com relação à saúde, vou contratar um efetivo médico com salários compatíveis com o mercado de trabalho para atrair o profissional e suprir os postos médicos sete dias por semana. É preciso ter clínicos, pediatras, além de oferecer serviços que não são obrigação do município , como ultra-som local, exames laboratoriais e ginecologista obstetra  para fazer o pré-natal das mulheres gestantes.

Infonet- Qual a principal fonte de economia da cidade?

JE- A economia gira em torno do fundo de participação do município. O grande empregado da cidade é mesmo a prefeitura. É preciso aproveitar a nossa proximidade com Carmópolis para inserir a nossa população no mercado de trabalho, tudo isso através da capacitação dos cidadãos que moram na nossa cidade.

Infonet- Com relação à geração de emprego dentro da própria cidade. Quais são as propostas para tirar as pessoas da dependência da prefeitura e das cidades vizinhas, a exemplo de Carmópolis?

JE- A maior ênfase vai ser mesmo em Carmópolis pela proximidade, pois praticamente não há separação entre uma cidade e outra. Nós também já entramos em contato com algumas empresas de lá no sentido de oferecer vantagens para elas se instalarem em General Maynard. O argumento é mesmo a proximidade. Vou dar condições para atrair essas empresas, doando terrenos e diminuindo impostos, visando o incremento da economia.

Outra maneira é promover a capacitação dos nossos jovens para que eles sejam inseridos no mercado de trabalho, principalmente na cidade de Carmópolis, um reduto petrolífero importante. Isso poderá ser feito através de cursos de pré-vestibulares na cidade para que a  juventude tenha maior chance de ter acesso ao vestibular.

Infonet- Como a prefeitura vai avançar na área social?

JE- Essa é uma área muito importante.  Uma cidade pobre como General Maynard não pode prescindir de uma assistência social efetiva. Não o assistencialismo barato que não leva a nada, mas condições de proporcionar condições para as pessoas excluídas.

Outro ponto que precisa ser solucionado é o déficit habitacional que a cidade de General Maynard possui. Apesar de não ser dimensionado, ele é muito grande. Digo isso porque nesses últimos 30 anos foram construídas apenas 30 casas, todas no conjunto José Marciel. Essa é uma demanda reprimida que precisa ser revista.

Infonet- O que mais será implementado na cidade?

JE- Já tenho alguns projetos que vou levar para Brasília. Um deles é a construção de uma quadra de esportes coberta na sede de General Maynard e duas nos povoados para os jovens da cidade que hoje não tem nenhum lazer.