'Bandeiretes' desabafam no último dia de trabalho
03/10/2008


Alessandra disse que trabalho é sofrido
Com o fim da campanha do primeiro turno das eleições municipais, os ‘bandeiretes’, como ficaram conhecidas as pessoas que são pagas para segurar bandeira de candidatos, saem de cena. No último dia de trabalho, esses cidadãos desabafam sobre o sofrimento desse trabalho e revelam seus destinos pós-campanha.

 

Distribuir currículo em lojas e empresas vai ser o compromisso de Alessandra Oliveira na segunda-feira, 6. A moça afirma que deixou de ensinar aulas particulares para trabalhar para um determinado candidato a prefeito. “Eu me arrependo. Fiquei debaixo de sol quente e ganhei pouco pra isso”, lamentou.

 

Jornada extensa causa exaustão
O rendimento dessas pessoas, segundo várias colegas de bandeira, não passa de R$ 400 mensal. Assim como Alessandra, Rejane Pereira também não gostou da experiência. “A gente sofre demais, tem que lanchar em pé, sempre tem complicação para receber o pagamento”, disse. Ela voltará a vender roupas como sacoleira ao término da campanha. 

 

Alessandra e Rejane são estreantes como ‘bandeiretes’, assim como outras três mulheres que trabalhavam junto a elas na avenida Beira Mar. Quando questionadas se trabalharão na próxima campanha em 2010 na mesma função, a opinião foi unânime. “De jeito nenhum”, responderam.

 

Mas entre esses trabalhadores há aqueles que não dividem a

Rejane disse que esta foi primeira e última vez

mesma opinião. Um cidadão passou pela avenida Francisco Porto de carro e perguntou a um deles quem seria o ganhador da eleição. “Eu quero é segundo turno, porque aí o ganhador sou eu”, respondeu o ‘bandeirete’.

 

Por Glauco Vinícius e Raquel Almeida