Mais de quatro mil policiais dos 5.600 que compõem o efetivo da polícia militar de Sergipe que trabalhará nas eleições 2008 não poderão votar. O motivo é que a grande maioria dos policiais são deslocados do seu domicílio eleitoral no dia do pleito, o que acontece principalmente para coibir qualquer tipo de envolvimento deles com os candidatos , evitando que alguma preferência política interfira no trabalho. Como o voto em trânsito foi extinto antes mesmo da implantação da urna eletrônica, aqueles que estão em exercício no dia das eleições ficam impossibilitados de exercer o voto.
Coronel Ramos explica situação
Esse cálculo foi apresentado pelo coronel Ramos, responsável pela assessoria da instituição. Segundo ele, a insatisfação dos policiais é muito grande, já que em todos os pleitos eles ficam impedidos de escolher os seus
governantes. O coronel Ramos comentou que há várias eleições eles já tentam resolver esse problema. “Os policiais ficam bastante insatisfeitos com isso. Já encaminhamos várias solicitações ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para que isso seja resolvido, mas nunca tivemos uma resposta positiva a esse respeito”, disse.
Policiais não estão muito contentes com decisão / Foto: Divulgação PM
Consultada, a assessoria jurídica do TRE afirmou que infelizmente não existe uma forma de resolver esse problema, já que a lei não permite. “Cada urna recebe a carga com o número exato dos eleitores e dos candidatos. Seria impossível incluir o voto do policial e depois remanejar o voto para a sua seção de origem. Nós servidores também não votamos, é um sacrifício que fazemos e que eles também precisam fazer em nome da segurança", comentou Guilherme Muniz, técnico judiciário do TRE.
Por Letícia Telles