18% dos votos sergipanos são facultativos
03/09/2008


A discussão em torno da facultatividade do voto não é nova no país. Com a Constituição de 1888, esse debate entrou ainda mais em evidência, com questionamentos sobre a legitimidade do processo democrático brasileiro. O texto constitucional, entretanto, é claro ao apontar esse restrito universo de eleitores que tem o poder de decidir se vão ou não às urnas. E eles vão: em Sergipe, representam 18,42% de todo o eleitorado, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE).

Manoel Edmmundo: mais de 70 anos e muita disposição para votar
O grupo de eleitores, cujo voto não é obrigatório, compreende os analfabetos, os maiores de 70 anos e os jovens com idade entre 16 e 18 anos. No quadro sergipano, os analfabetos estão à frente dessa relação. Eles somam quase 10% dos que vão às urnas, o que corresponde a 136.262 mil pessoas.

Na segunda posição da lista, encontram-se os maiores de 70 anos, que representam 5,3% do eleitorado. O aposentado Manoel Edmundo Nascimento, de 73 anos, enquadra-se nesse perfil. "Sei em quem votei. Também acompanho todas as propostas dos meus candidatos. Quando ele não realiza um bom trabalho, já sei que nas próximas eleições não devo depositar a minha confiança nele", afirma.

A estudante Mária Amália resolveu antecipar o seu direito ao voto
Em último, vem os jovens, com o inexpressivo número de 42.622 eleitores, o que significa 3,12% dos que votam. A estudante Maria Amália Santiago vai à contramão desse índice e ressalta a importância do voto. "Resolvi votar com 17 anos, mesmo sem a obrigatoriedade. É importante que todos participem do processo eleitoral, para que a maioria possa ser bem representada”, diz a jovem.

Por Letícia Telles