Direção: Simón Bross

Elenco: Jimena Ayala, Elena de Haro, Marco Antonio Trevino, Elisa Vicedo

Idioma: Espanhol, Português

Legendas: Português, Inglês

Áudio: Espanhol e Português (Dolby 2.0)

Vídeo: Tela Cheia

Apesar do título homônimo, este filme em nada lembra a escrachada obra de Pedro Almodóvar de 1984. O diretor Simón Bross, ao contrário, convida o espectador a acompanhar os dramas vividos pelas personagens principais, todas afligidas por distúrbios alimentares.

Elena (Elena de Haro) está obcecada em fazer sua filha Linda (Elisa Vicedo) perder peso. A garota está prestes a fazer a Primeira Comunhão e Elena fará de tudo para ela “entrar em forma” antes da cerimônia religiosa. O problema é que Linda não consegue seguir a dieta imposta pelos médicos, desestabilizando sua mãe, que mergulha num quadro anorético grave por conta de suas frustrações.

Paralelamente, a essa estória, o espectador segue os passos da freira Matilde (Ximena Ayala). Desde pequena, Matilde tem o hábito de fazer promessas e suas preces são atendidas. Agora, no convento, ela inicia um jejum místico, acreditando que o sacrifício irá aplacar o temporal que inunda a cidade. É a obsessão religiosa por um lado unindo-se à estética.

Na contra-mão dessas tendências, encontra-se o arquiteto Gustavo (Marco Antonio Trevino). Pouco confortável na cama com a esquálida esposa Elena, ele inicia um caso com a estudante apelidada de “gordinha” (Milagros Vidal). É a jovem amante, inclusive, que ajudará Gustavo a decifrar o mistério em torno do alagamento que ocorre na escola, indiretamente ligado a um outro distúrbio alimentar velado na comunidade estudantil.

Simón Bross estreia na direção de longa-metragem com o pé direito, construindo um drama consistente ao que se propõe com pitadas de suspense e atmosfera onírica. “Maus Hábitos” foi premiado nos Festivais de Montreal (Primeiro Longa de Ficção), Guadalajara (Melhor Filme) e Bogotá (Melhor Filme).

 Por Suyene Correia