Mouchette, A virgem possuída
(Mouchette). França, 1967. Direção de Robert Bresson. Roteiro (adaptação e diálogos) de Bresson, segundo o romance de George Bernanos. Direção de Fotografia: Ghislain Cloquet. Produção de Anatole Dauman. Montagem de Raymond Lamy. Música de Cláudio Monteverdi. Livre, 90min. Cia. Produtora: Argos Films/Parc Film. Distr. original no Brasil: Cia. Franco Brasileira. Distr. atual: Cinemateca Brasileira. Elenco: Nadine Nortier, Jean Claude Guilbert, Maria Cardinal, Paul Herbert, Jean Vimenet, Maria Susini, Liliane Princet, Raymond Chabrun. Gênero: Drama Sinopse – Mouchette tem apenas 14 anos. Seus pais são pobres e alcoólatras. Uma noite, ao sair da escola, toma o caminho através dos bosques e se perde. As trevas noturnas a surpreendem, desaba um temporal. Ela abriga-se sob as árvores. Arsene, que caçador que volta de uma de suas rondas, leva-a à sua choupana, onde ela seca a roupa. Arsene confessa haver matado o guarda-campestre naquela mesma noite. Mouchette propõe encontrar um álibi para Arsene a fim de despistar a polícia. Arsene a violenta. Ao voltar para casa, Mouchette encontra a mãe agonizante. Apreciação – Último dos quatro filmes do festival Robert Bresson que dominou o projeto “Primeira Sessão de Cinema” nas últimas quatro semanas. Como sempre, e para variar, é também um clássico. Não é o melhor filme de Bresson, mas de qualquer um filme imperdível. Mas há quem pense o contrário, como o crítico José Wolf, no “Jornal do Brasil”: “Se há na obra de Bresson um filme que nos leva a reconciliar com o diretor, este é, sem dúvida, ‘Mouchette’. O que surpreende justamente que o melhor dele esteja num filme que, sob a ótica forma, não nos oferece a mesma perfeição estilística e sua rigorosa cinematurgia. Mas o núcleo do seu pensamento está aqui: o crime do mundo atual é de espezinhar as crianças”. Fique de Olho – Na atriz que interpreta Mouchette, Nadine Nortier. Ela não tinha experiência cinematográfica anteriormente, mas depois não teve muita sorte na carreira.