Quando esse filme foi exibido no Festival do Rio, em 2001, virou uma espécie de cult movie aqui no Brasil. Não só pela temática- o vício de drogas ilícitas e lícitas em jovens e senhoras de meia idade-  mas sobretudo pela técnica de hip hop montage utilizada pelo diretor para tornar a narrativa mais frenética.

Em “Requiem Para Um Sonho”, Darren Aronofsky nos convida a acompanhar a “descida ao inferno” dos principais personagens. Sara (Ellen Burstyn) é uma senhora solitária, que preenche o vazio da vida, comendo compulsivamente e assistindo a TV, praticamente o dia inteiro. Sua vida parece tomar um rumo bem distinto e perigoso, quando começa a consumir anfetaminas para emagrecer, a fim de participar do seu programa televisivo predileto.

Seu filho, Harry, (Jared Leto) um viciado em heroína, penhora vez por outra a televisão da mãe, a fim de comprar droga. Seu sonho é se casar com Marion (Jennifer Connelly), também viciada, que deseja abrir um ateliê para vender suas próprias confecções.

Na empreitada em adquirir o dinheiro não somente para consumir a heroína, mas também como capital para projetos futuros, Harry conta com a ajuda do amigo Tyrone (Marlon Wayans). O que todos eles não esperavam é que fosse tão difícil a jornada para alcançar seus sonhos.

Aronofsky acerta a mão, principalmente, quando não envereda pelo caminho mais fácil, como querer dar uma lição de moral, diante de tudo que é mostrado. Pelo contrário, ele apenas mostra com frieza os efeitos que as drogas causam nos dependentes. Cada espectador que decida se é melhor ficar longe das drogas ou não.

A atriz Ellen Burstyn foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por esse filme, mas perdeu, injustamente, para Julia Roberts (Erin Brockovich).

Por Suyene Correia