Jogo do Bicho: justiça absolve PM acusada de corrupção

Tenente no banco dos réus (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

A tenente Márcia Cristina de Oliveira Santos, ex-comandante do Pelotão da Polícia Militar em Campo do Brito, foi absolvida em julgamento realizado nesta sexta-feira, 11, na 6ª Vara Criminal [Justiça Militar]. Ela foi presa no ano passado, acusada de receber propina de contraventores que lideram o jogo do bicho e rinhas naquele município. Com a tese de negativa de autoria, o advogado Emanuel Cacho fez a defesa da tenente e arguiu ainda a ilegalidade da prova apresentada em juízo, uma gravação de um diálogo da policial feita, segundo Cacho, de forma ilegal.

O julgamento foi conduzido pelo juiz Diógenes Barreto, concluído na tarde desta sexta-feira, 11, no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju. Por quatro votos a um, o Conselho de Sentença da Justiça Militar opinou pela absolvição. Antes mesmo de iniciar o julgamento, o advogado Emanuel Cacho já tinha certeza deste resultado. “Havendo condenação, esta tese não prosperará, recorrerei até ao Supremo porque não é dado ao Estado o direito de processar ou condenar alguém com prova ilícita, é como o fruto da árvore proibida”, comentou o advogado, momentos antes do juiz Diógenes Barreto iniciar a sessão de julgamento. “Foi uma gravação entre investigador e investigado, quando a única forma legal, neste contexto, é o interrogatório formal do acusado”, observou.

Emanuel Cacho: certeza da absolvição antes do julgamento

A tenente Márcia Cristina foi presa disciplinarmente no dia 20 de março do ano passado e passou 47 dias atrás das grades, liberada no dia 5 de maio daquele ano por determinação da juíza Juliana Nogueira Galvão Martins, da 6ª Vara Criminal, que entendeu como desnecessária a manutenção da prisão da policial e que a ré não oferecia riscos à continuidade do processo judicial.

Por Cássia Santana