Festas Juninas em Sergipe

Itamar Freitas

Apoio Cultural
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Viva São João !!! O Nordeste por possuir características que lhe são peculiares, tornou-se o detentor espontâneo de manifestações próprias do Ciclo Junino. Nos Estados nordestinos, durante o período de 1 a 30 junho, é comum a presença constante de arraiais que servem de palco para a afirmação de nossa identidade cultural. Neles, acontecem as apresentações de Quadrilhas, a representação do casamento na roça e o forró: baile animado por um conjunto formado por quatro tocadores com seus respectivos instrumentos (triângulo, pandeiro, zabumba e sanfona).
Simpatias, comidas típicas, batidas e licores, fogueiras, fogos de artifícios também fazem parte da festa que convive em harmonia com as comemorações religiosas do período.

Sergipe não foge à regra. Aqui as manifestações juninas predominam em relação aos ciclos festeiros tradicionais: natal, carnaval, reis etc. As comemorações relativas a Santo Antônio, São João, São Pedro ganham cada vez mais repercussão nacional através dos festejos realizados em vários municípios do Estado.

Em Areia Branca um gigantesco arraial com 60 mil metros quadrados é destinado para a dança e comercialização de comidas típicas. A festa em Estância é marcada pelas corridas do barco de fogo, batucadas, e pela guerra de buscapés. O São Pedro em Capela é comemorado com a sarandaia e festa da lama. A Quadrilha junina marca a diferença da Capital em relação as demais cidades. Em Aracaju acontecem os mais tradicionais concursos do Estado. Combinando apresentação de Quadrilhas, casamento de matutos, levantamento de mastros, shows com sanfoneiros, bailes e concursos, espaços como a rua de São João, Centro de Arte e Educação, Gonzagão, e Forrocaju atraem milhares de pessoas em todas as noites do mês de junho.

FESTAS JUNINAS

As festas juninas têm grande influência agrária. Isto significa que estão ligadas à terra, e à sua fertilidade.

Trazido para o Brasil por influência portuguesa, o festejo é resultante da aglutinação dos cultos pagãos em louvor terra como a data de nascimento do santo católico João, que foi o preparador da vinda de Cristo. Por outro lado, os pesquisadores do folclore junino consideram Portugal como o país que conseguiu reunir ao seu espírito religioso as crendices, adivinhas, agouros e superstições de cultos desaparecidos, muitos deles de origem pagã.

Pela mão do colonizador, o costume de festejar São João entrou para o Brasil e ficou. Do ambiente rural passou para a cidade. Nela se procura, entretanto, sempre reviver os costumes rurais. Daí os trajes, a comida, a música, a dança, e o jeito de falar que nos remetem ao colonizador.

ARRAIAL

Espaço em geral temporário, semelhante a um galpão onde se reúnem todos os festeiros do período. É tradicionalmente construído em duas águas, em forma de chalé, coberto por palhas de coqueiro, cercado por uma pequena cerca de ripas.
A ornamentação é feita com bandeiras coloridas, balões, e palhas de coqueiro e o assoalho forrado com pranchas de madeira. Possui um pequeno palco destinado aos músicos, convidados e jurados. Os arraiais normalmente abrigam concursos de Quadrilha e rainha do milho, forrós, leilões, bingos, e casamentos caipiras que acontecem durante os meses chuvosos de maio e junho.

CASAMENTO NA ROÇA

Casamento na roça, casamento caipira e casamento de viúva, são manifestações realizadas durante os festejos juninos principalmente nos dias dedicados a São Pedro. Trata-se de uma paródia às cerimônias do casamento tradicional. O enlace é precedido de um grande cortejo de carroças nas ruas da cidade, conduzindo os principais personagens do ato: noivos, padrinhos, pais, testemunhas, padre, sacristão etc. .

A cerimônia caricaturada, se desenvolve em meio à negativas e fugas do noivo, indecisões da noiva, ameaças por parte dos pais e do vigário. Os textos, criados às vésperas do ato, quase sempre apelam para o linguagem libidinosa e os sermões tem forte conotação crítico-social. No final do casamento as pessoas presentes são convidadas para um forró e no intervalo, é dançada a Quadrilha em louvor aos noivos.

SIMPATIAS

As simpatias têm um efeito mágico.

Consistem na repetição de um ato que pode levar um fato a acontecer.

Os desejos acontecem por uma relação com o tipo de pedido.

  • O ato de enfiar a faca virgem (nova) numa bananeira permite que seja visualizado no dia seguinte o nome da pessoa com quem se vai casar.
  • Colocar um cravo num copo com água na véspera de São João, às 6 horas da noite. Se no outro dia o cravo estiver viçoso é sinal de casamento. Se estiver murcho é sinal de "barricão" (ficar para titia).
  • Colocar uma lata d’água próximo a fogueira durante a noite de São João e observá-la na manhã do dia seguinte. Se o seu rosto não for refletido na água, não estará vivo no São João do próximo ano.
  • Na noite de São João ou de Santo Antônio, coloque água num prato, acenda uma vela que nunca foi usada e reze uma salve rainha. Vá pingando a vela na água enquanto reza. Quando terminar, os pingos de vela vão formar o nome da pessoa com quem você vai casar.

COMIDAS TÍPICAS

No período dos Festejos Juninosum cheiro gostoso no ar, que no Nordeste é irresistível. Ele vem da comida junina quase toda ela à base do milho, plantado geralmente no dia de São José, 19 de março, como manda a tradição, permitindo que em junho esteja na mesa de todos, transformado em pamonha, bolo, canjica, mugunzá, pipoca, manauê, ou ainda cozido ou assado na brasa da fogueira.

Quando se está saboreando o milho quase ninguém se lembra das lendas que o envolvem. Todas elas de origem indígena e que vale a pena relembrar.

O milho é o responsável por quase toda a culinária que no período junino completa a alegria dos festejos: canjica, pamonha, bolo de milho, manauê, biscoito de milho, mugunzá, milho cozido, milho assado, pipoca. Também são bastante consumidos o arroz-doce, bolo de puba, pé-de-moleque, bolo de macaxeira. O seu preparo junto a outros elementos como coco, sal, canela, cravo, açúcar e leite, enche o ar de um aroma inconfundível que complementa a alegria da dança, dos fogos e da sanfona gemendo o fole num forró animado.

FOGUEIRAS

Diz a lenda que o costume de acender fogueiras no dia de São João se deve ao fato de Maria, mãe de Jesus e prima de Isabel, mãe de João, ter ido fazer uma visita nas proximidades do seu nascimento. Zacarias e Isabel nem esperavam mais ter filhos, pois já estavam em idade avançada, mas Deus lhes mandou um filho para preparar a vinda de Cristo. E este filho foi João Batista, que depois, nas águas do Jordão veio a batizar Jesus.

Como Maria passou três meses com a prima lá nas montanhas de Judá, e a comunicação era difícil, combinou com José, seu noivo, que lhe avisaria quando o filho de Isabel nascesse, acendendo uma fogueira na Frente da casa para que ele então fosse buscá-la.

É por isso que em louvor a São João são acesas fogueiras no dia do seu nascimento.

O fogo é um louvor. A fogueira é um símbolo.

Cerimônia de Acender a Fogueira:

  • paus amarrados ao meio
  • "molambos" embebidos em querosene ou álcool
  • casca de laranja ressecada ou gravetos
  • fósforo e... paciência!

Quando não têm álcool ou querosene, as pessoas usam casca de laranja seca pois esta é inflamável, como recurso para acender a fogueira. Esse costume é freqüente, principalmente na zona rural, quando faz parte da prática doméstica descascar a laranja por inteiro, sem partir a casca e colocar para secar na corda, ao sol, podendo depois ser usada como material inflamável para acender fogo ou fazer chá, que tem um grande efeito calmante.

SANTO ANTÔNIO

Antes de entrar na Ordem de Santo Agostinho e de São Francisco, ele se chamava Fernando de Bulhões.

Na Ordem de São Francisco, em 1226, recebeu o nome de Antônio.

Dedicou sua vida à caridade e ao amor, e foi canonizado pelo Papa Gregório IX.

Morreu jovem, sendo elevado a santo com mais de dez anos da ocorrência de sua morte em Arcela, junto de Pádua, Itália, no dia 13 de junho.

Sua fama é grande como milagroso, sendo que a maioria das graças alcançadas envolvem casamento e amor. Como o casamento e o amor são dois aspectos que mantêm grande identidade popular, não demorou em se estabelecer entre o povo e o santo, um relacionamento tão grande que permitiu o surgimento de ditos, piadas e até mesmo versos irreverentes, envolvendo o tema:

Santo Antônio pequenino
Mansador de burro bravo
Vem amarrar minha sogra
Que é levada do diabo
Santo Antônio me case já
Enquanto sou moça e viva
O milho colhido tarde
Nem dá palha em espiga
Santo Antônio Santo Antônio
Abaixai-me esta barriga
Que não sei o que tem dentro
Se é rapaz ou rapariga

SÃO JOÃO

A data do seu nascimento é 24 de junho. Filho temporão de Isabel, prima de Maria mãe de Jesus e esposa de Zacarias. Por milagre de Deus, Isabel e Zacarias geraram um filho, quando pela idade já nem pensavam mais que isto acontecesse. Mas segundo a Igreja, a vinda desse filho teve um significado maior, o de preparar a vinda de Cristo.

O João como foi chamado, não só preparou a vinda do Messias, mas o batizou nas águas do rio Jordão.

Como o seu aniversário está próximo à mudança de estação e a período da colheita que geralmente traz alegria com a presença dos cantos, danças, fogos e comidas, houve uma perfeita integração, entre a devoção e a distração ou, entre a religiosidade e a festividade.

Envolvendo o nome de São João e as comemorações do seu aniversário, multiplicaram-se as lendas e cantos.

A colocação do Mastro de São João é uma das cerimônias mais populares, tanto no que se refere ao aspecto religioso, com procissão e cantos, como no aspecto popular, quando o mastro é retirado da mata e sua vinda para o local do levantamento é feito entre cantos, pingas e algazarras.

Em Sergipe o costume de colocar o mastro no dia 31 para 1º de junho acontece na rua São João e o Centro de Arte e Educação.

Já na cidade de Capela o mastro é colocado no dia 29 de Junho, louvando a São Pedro, e carregado de prêmios que são disputados pelo povo quando a fogueira colocada ao pé do mastro queima a sua base, fazendo-o cair.

SÃO PEDRO

Os últimos santos festejados em junho são mais modestos nas comemorações.

No dia 29, dedicada a São Pedro, só acende fogueira na porta quem se chama Pedro ou quem for viúvo.

Isto já provoca uma grande diminuição na movimentação festiva e torna também mais simples o encerramento do ciclo junino.

Não tem São Pedro merecido também, a freqüência de versos irreverentes, o que torna mito mais ligado ao aspecto religioso que ao festivo.

Isto não impede entretanto que lhe seja dado o apelido de "porteiro do céu", impedindo que os manhosos e mentirosos entrem no céu sem poder.

Seu nome está ligado à devoção das viúvas, isto porque diz a tradição que teria sido viúvo também.

Como foi pescador antes de seguir o chamado de Jesus, é também o santo dos pescadores.

AREIA BRANCA

A festa de São João, em Areia Branca, começou a ser comemorada há oito anos. Nos últimos dois anos, porém é que os festejos começaram a atrair milhares de pessoas por causa de uma particularidade: durante a festa é terminantemente proibida a queima de fogos.

O São João de Areia Branca tem outros méritos. Durante o tempo de folia – que chega a durar dez dias seguidos – não se registram casos de brigas ou confusões, fatos muito comuns em festas de grande aglomeração. As pessoas – aos milhares – brincam e dançam numa praça que tem mais de 60 mil metros quadrados de área. É a "praça do Forró" onde tudo acontece, local em que a Prefeitura Municipal arma um grande palco para a apresentação dos artistas e músicos especialmente convidados.

Souza, como é conhecido, foi Secretário Municipal da Prefeitura (na gestão do Prefeito José Franco) e procurou dinamizar o festejo que antes era comemorado nas portas das casas dos habitantes do município. Ele motivou os moradores na queima das fogueiras, na decoração das ruas e quando se elegeu Prefeito resolveu dar à festa uma conotação de evento.

A Prefeitura Municipal de Areia Branca envolve os moradores da cidade na decoração da cidade, o que facilita os custos para a produção do evento. Face os atrativos oferecidos – o forró na praça, comidas típicas, tranqüilidade, segurança, entre outros – não faltam anunciantes e patrocinadores desejosos de contribuírem financeiramente para a realização da festa. Na época são gerados direta e indiretamente cerca de mil e quinhentos empregos.

ESTÂNCIA

Chantada em uma colina e abençoada por Deus, ergue-se ao sul do Estado de Sergipe a cidade da Estância que, entre outros títulos que ostenta, figura o de ser onde se realiza um dos melhores São João do Brasil.

Os festejos de São João têm início nos primeiros momentos de junho com a salva. Logo que soam as doze badaladas da meia-noite no velho e sonoro relógio da vetusta Matriz, hoje Catedral Diocesana, bimbalham os sinos, espoucam foguetes, girândolas estouram no ar e vozes de todos os cantos bradam:

"Acorda, João!" É a salva de São João, a zero hora de 31 de maio, é o sinal de regozijo pela presença espiritual do precursor do Messias, do São João do cordeirinho, o louvor do povo da Estância em honra do Batista, daquele que batizou Jesus no rio Jordão.

E daí em diante, por todo o mês de junho até 29, dia de São Pedro, o chaveiro do céu, a Estância se transforma em um imenso palco fora e dentro das casa para a encenação dos ritos tradicionais que assinalam os festejos juninos, cujo apogeu se dá na véspera e nos 23 e 24.

Na madrugada fria da salva, enquanto os sinos tocam e busca-pés rabeiam, hasteia-se a bandeira de São João em frente á Catedral Diocesana. E qual um mensageiro de sonhos e aspirações estanciana, o barco de fogo, impulsionado por foguetes e retrofoguetes, corre num arame esticado sob os aplausos dos presentes.

Antes mesmo de junho começam os preparativos: na calada da noite ouve-se o batuque cadenciado do Pisa-pólvora, acompanhada de cantos especiais, na fabricação dos busca-pés, para as futuras batalhas, em que os batalhões se defrontam em combates perigosos. O ziguezaguear dos busca-pés é um espetáculo belíssimo pelo seu fulgor dentro da noite junina, mas pode causar queimaduras e mutilações a que, infelizmente, estão expostos aqueles que o proporcionam.

A FESTA DO MASTRO EM CAPELA

A sarandaia é a festa que abre as comemorações do ciclo junino em Capela.

Ela tem início ás 22 horas do dia 31 de maio. A sua realização é muito simples: sai um grupo de pessoas ao som de um terno de Zabumba, com um balaio (cesto), seguido por alguns bacamarteiros, pelas ruas da cidade cantando:

Oi "seu" (fulano)
Abra essa porta
Que quero beber.
Hoje é primeiro
De São João
Traga a cachaça
Pra nós beber.
Se não tiver cachaça
Traga dinheiro
Pra nós pagar o zabumbeiro
.

Inicialmente o cortejo é acompanhado por poucas pessoas e vai aumentando durante o seu percurso. As casas estação fechadas, as luzes apagadas, porém ao ouvir "a pedição" acende-se a lâmpada, abre-se a porta e recebe-se os músicos com bebida (cachaça). Em seguida o dono da casa oferece um presente para ser colocado no mastro, no dia de São Pedro. Os músicos agradecem e seguem em direção a outra residência. O cortejo segue noite adentro pelas ruas previamente selecionadas. Os moradores vão se envolvendo, cantando, dançando e os bacamarteiros dando seus tiros.

Outro fato curioso, só encontrado na cidade de Capela é a saída da baiana ou "Nega Baiana, como chama "Seu" Manuca, à procura de presentes para o Mastro. No dia 28 de junho às 15 horas, um homem se veste de mulher: uma saia bem rodada, terço e um cesto imenso na cabeça. Sai pedindo presentes para o Mastro. O cortejo é sempre acompanhado por diversas pessoas e dá-se de maneira rápida. Por volta das 18 horas, encerra-se na Prefeitura, onde são guardados os presentes para no dia seguinte serem colocados no Mastro.

A festa da Lama

Depois que a árvore é cortada e retirada da mata, começa o cortejo em direção à cidade. A partir desse momento as pessoas sujam-se umas as outras de lama e vão melando todas as pessoas ao longo do cortejo até chegar na Praça São Pedro.

A turma tem prazer de ir buscar o mastro e vim melado, bebendo, cantando, tocando zabumba, dançando, aquele "pau pesado" e tome bebida e quanto mais chove, melhor. A turma vem molhada. Tudo com respeito. Pega uma camisa velha, coisa e tal, pra perder ela. Na ida não na volta, você perde sua camisa, já vem meladinho de lama. O povo joga lama em você, você joga também em cima deles e aí até nós chegarmos até a cidade. Nós temos uma "Praça São Pedro", lá colocamos o Mastro. Quando o Mastro chega, antes de enfincar, nós penduramos logo, amarramos os prêmios, aquela ruma de homem na força bruta, corda etc... Abre-se um buraco e enfinca-se Mastro e ficam os prêmios lá pendurados, seja lá o que for, whisky, dinheiro, camisa, bebidas, fica tudo lá pendurado. Então esse Mastro é sacudido como se fosse uma fruteira. À noite, acende-se uma fogueira que queima o pé e quando ele cai, jogam os busca-pés em cima do pessoal que via pegar os prêmios. O pessoal se veste, na maneira que for, se arrisca, mas vai apanhar, o busca-pé, em cima, mas não deixam nada. A verdade é que o mastro não tem hora pra cair, é de acordo com a potência da madeira. Se for uma madeira muito forte, pode demorar duas, três horas, ou pode demorar meia hora, a depender da madeira ele queima logo, ou demora.

(Depoimento de Seu Manuca - Manoel Oliveira de Andrade - um dos organizadores da festa).

QUADRILHA

A expressão "quadrilha" possui dois sentidos: dança de pares de origem francesa introduzida no Brasil no início do século XIX; e grupo organizado, geralmente entre oito e doze pares, sob um nome particular ("Quadrilha São João na Roça" por exemplo) com estrutura regular de ensaios, apresentações, patrocínio etc.

A Quadrilha enquanto grupo organizado pode pertencer a uma escola, associação de moradores, empresa, ou simplesmente a um grupo de pessoas de origem diferente da comunidade que a subsidia.

Em Aracaju elas já passam de uma centena e movimentam grandes somas no comércio local, consumindo artefatos de renda, tecido, couro e palha utilizados na confecção das roupas: homens – chapéus, jaquetas, camisas de manga, calças compridas, e rolós; mulheres – vestidos com babados longos, chapéus, arranjos florais no cabelo, e sandálias de couro.

A quadrilha é acompanhada por instrumentos típicos da época: sanfona, triângulo e zabumba. As "partes" são executadas aos ritmos da marcha, xote, xaxado, baião e obedecem roteiros mais ou menos parecidos. Tem-se a entrada, através do "passeio dos namorados", a "visita" , o "cumprimentar o público", "jabaculê", "quebra caranguejo", etc. Uma série de coreografias dispostas em colunas e círculos, dançadas individual ou coletivamente .

Os grupos são liderados pelo "marcador" que escolhe o roteiro das apresentações, orienta a colocação dos pares, e na maioria dos casos, cria as coreografias. As quadrilhas são um traço distintivo de Aracaju pois possuem um público específico, independente das promoções formais dos governos estadual e municipal.

Movimentam a cidade com uma infinidade de bingos e festas para arrecadação de fundos, e participando de dezenas de concursos. Eleitas pela população e descobertas pela mídia, as Quadrilhas e a sanfona, são hoje o principal símbolo dos festejos juninos do Estado de Sergipe.

Fontes de Pesquisa:

ALENCAR, Aglaé Fontes (ord.); BARRETO, Selma Silveira (org.). São João é coisa nossa. Aracaju: J. Andrade, 1990.

FREITAS, Itamar. Notas sobre as Quadrilhas em Aracaju. Aracaju: 1993. Mimeo.

Autores dos Verbetes

Festejos juninos – Aglaé F. de ALENCAR
Festejos juninos em Sergipe – José V. de BRITO e Itamar FREITAS
Arraiais – Itamar FREITAS
Casamento na roça – Itamar FREITAS
Simpatias – Aglaé F. ALENCAR
Fogueiras – Aglaé F. ALENCAR
Santo Antônio – Aglaé F. ALENCAR
São João – Aglaé F. ALENCAR
São Pedro – Aglaé F ALENCAR
Areia Branca – Beneti NASCIMENTO
A Festa em Estância – Ofenísia S. FREIRE
São Pedro em Capela – Lindolfo Alves do AMARAL
A Quadrilha junina – Itamar FREITAS

Design Gráfico

Rosa Porto

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