Quem não assistiu à peça "Ópera do Milho” no período dos festejos juninos terá uma nova oportunidade no dia 19 de agosto, ante a Comissão do Projeto “Palco Giratório”, idealizado pelo Serviço Social do Comércio - Sesc. A apresentação, que também era esperada por inúmeros forrozeiros da Vila do Forró Chapéu de Couro, almeja também novas aparições em outros locais, já que o espaço reservado a montagem do cenário e arquibancadas na orla de Atalaia foi insatisfatório ante ao vasto público que o acompanha.
Religiosidade, simbolismo do fogo e danças folclóricas são alguns dos componentes do espetáculo “Ópera do Milho”, uma encenação que expõe a cultura popular sob a designação de uma arte cantada. Idealizada pelos dramaturgos Moncho Rodriguez e Cristina Cunha, a peça narra a trajetória da jovem “mariazinha” e seu casamento “apressiguido”, ou seja, atribulado pela fúria de um pai que tenta obrigar um noivo fujão a assumir a barriga da filha por honra da família. Para tanto, são utilizadas simpatias, superstições e a interferência de São João, São Pedro e Santo Antônio, ponto culminante da trama.
Coordenadora executiva do espetáculo propõe levar a cultura regional às novas gerações |
A “Ópera do Milho” surgiu em 1996 e logo se manteve desativada. Após a remontagem das cantigas em junho deste ano, a apresentação pôde ser admirada por adultos e crianças na Concha Acústica do Centro de Criatividade. Para a nova versão do espetáculo foram destacas como trilhas sonoras, algumas composições dos artistas sergipanos Irineu Fontes e Rubem Lisboa. O elenco, composto por mais de cinqüenta atores, utiliza máscaras e um figurino arrojado, resgatando em cena as antigas tradições dos Ciclos Juninos durante uma hora de interpretação.
Encenação destaca ciclo junino como forma de resgate das tradições nordestinas |
“Os atores gesticulam suas emoções e, com isso, tornam ainda mais especial a aproximação da cultura sergipana às novas gerações. É um espetáculo que merece fazer parte da memória reservada aos antigos costumes populares, daí a importância de tamanha produção artística para a grande maioria dos sergipanos”, concluiu Aglaé D’Ávila Fontes.
Por Nubia Santana e Raquel Almeida