
Alcymar Monteiro é forró de raiz
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Alcymar: indicado ao Grammy 2008 |
Natural de Vila de Ingazeira, cidadezinha do sul do Ceará, mas radicado na capital de Pernambuco, Recife, desde 1985, Alcymar Monteiro soma mais de 40 trabalhos e é sucesso internacional. Prova disto é que seu mais recente CD ‘Forró Brasileño’ tem indicação ao Grammy 2008. Com um visual único e um amor enorme pela cultura nordestina, ele traduz em suas músicas a beleza de ser o que se é e estar onde se está.
Para o show desta edição do Arraiá do Povo, o artista preparou um cenário super especial, com dois painéis gigantes, exibindo sua imagem junto a do mestre Luiz Gonzaga, além de um espaço com os santos do ciclo junino – Santo Antônio, São Pedro e São João. Minutos antes de subir ao palco Clemilda para levar o melhor do tradicional forró nordestino ao público que lotou a praça da orla, na noite de sábado, 7, Alcymar Monteiro conversou com o Portal Infonet. Confira os melhores momentos.
Portal Infonet - Somam-se aí mais de 40 trabalhos, sendo o primeiro CD gravado já em 1995. De onde vem tanta inspiração?
Alcymar Monteiro - Das coisas do Nordeste. Eu leio e pesquiso muito tudo o que tem a ver com minha região. O artista tem de ter em sua consciência aquilo que lhe cerca. E o que me cerca são valores imensos da nossa cultura, de tudo o que resume a nossa cultura que, sem menosprezar a de outras regiões, é a mais bela do Brasil.
Infonet - Você gravou um CD e um DVD
AM - Era um projeto de dez anos que consegui realizar no ano passado. Chama-se ‘Forró Brasileño’. Primeiro lançamos em Madri, na Espanha, depois
"O forró de verdade não acabará jamais"
Infonet - Foram quantas cópias vendidas?

AM - Hoje, não se vende muito disco mais. Infelizmente a pirataria tirou uma parte da circulação das lojas e tudo mais. Mas, de alguma forma este disco deve chegar a 60 mil cópias, o que é uma vitória para uma gravadora independente e um artista tipicamente nordestino como eu.
Infonet - O que é o projeto ‘Cantorias Brasileiras’?
AM - É uma maneira de traduzir a cantoria numa linguagem mais jovem, acessível, para que o cantador seja mostrado de uma maneira mais sintética para a juventude brasileira. Será apresentado em três edições, no próximo ano.
Infonet - Quantas músicas irão compor o trabalho?
AM - De
Infonet - Teu visual é único. O que o branco representa pra você?
AM - O branco são todas as cores do universo. É bom pra luz. Eu sou espiritualista, kardecista, e o branco traz muita paz. Bandeira branca da paz e, acima de tudo, tem a ver com a minha identificação visual. Tem a ver com a construção de uma imagem que hoje já marca a minha presença.
Infonet - O forró tradicional vai sobreviver à invasão das bandas ditas de forró eletrônico?

Foto: Márcio Dantas
AM - Eu acho que a verdade prevalece em qualquer situação. A música que eu faço, que Dominguinhos faz, Flávio José e tantos outros, é uma música verdadeira. O forró verdadeiro jamais foi ultrapassado por ‘pornofonia, ‘pornografia’ e mau-gosto. Acredito que o ritmo nunca vai morrer porque ele é a respiração do povo nordestino.
Infonet - Como é tua relação com o público sergipano?
AM - É fraterna, muito amiga. Eu até fiz uma canção para Sergipe [Sergipe, meu guerreiro bonito... Aracaju... festa do céu, do sol, da praia...]. Não havia esta orla na época e eu adivinhava que esta festa grandiosa viria para cá um dia. Está aí, aconteceu!
Infonet - Como está tua agenda pra depois do São João? Você terá uma folga?
AM - Não. Depois vêm pela frente as vaquejadas, as cavalhadas, as festas fora de época que tem muito pelo Brasil. A agenda continua cheia porque o forró que a gente faz tem uma empatia muito grande com o público brasileiro.
Por Adriana Sangalli