Célio Torres

Um espetáculo à parte, as quadrilhas juninas misturam tradição e modernidade. Em meio a festas juninas marcadas por grandes shows, as quadrilhas preservam o que há de mais tradicional no São João. O presidente da Liga das Quadrilhas Juninas de Sergipe (Liquajuse) e da União Nordestina de Entidades de Quadrilhas Juninas (Unej), Célio Torres, conversou com o Portal Infonet sobre as principais dificuldades dos grupos e quais são os planos para que as apresentações não fiquem restritas ao período junino.

Portal Infonet - Como está composta a Liga atualmente?

Célio Torres - Temos 58 quadrilhas filiadas, sendo 16 na capital. Estamos aumentando esse número principalmente devido ao apoio que o Governo do Estado e a Prefeitura de Aracaju vêm nos dando. Apesar de ainda não termos fechado com o Governo, tenho certeza de que este ano teremos o mesmo apoio. 

Infonet - Quando as quadrilhas começam a pensar no São João?

CT - Assim que acaba um São João já começamos a pensar em outro. Algumas quadrilhas começam a ensaiar logo, em uma proporção menor, já a partir de meados de agosto. Existem outras que preferem começar a ensaiar só depois do carnaval. Mas o tema, o figurino e outras coisas já são pensados antes.

Infonet - Qual é a principal dificuldade enfrentada pelos grupos?

CT - Ainda é financeira. Para se ter uma idéia, nós temos quadrilhas que gastam de R$ 20 a 27 mil nesse período. Só o trio pé-de-serra consome quase 40%. Isso porque as quadrilhas escolhem pessoas que são profissionais. Movimentamos cerca de R$ 300 mil entre março e julho, geramos 200 empregos temporários. Então, tudo o que o Governo e a Prefeitura investem ficam dentro do próprio Estado.

Infonet - Na sua avaliação, como as quadrilhas sergipanas estão em relação aos outros Estados?

CT - Acredito que nós tentamos inovar, mas sem fugir da tradição. Se você analisar, vai perceber que Sergipe é diferente de vários Estados. Em outros lugares chega ao ponto de prevalecer o teatro. Nós sempre mantemos a tradição de ter o passeio de namorados, o caracol, quebrar o caranguejo, xote, xaxado, baião. Já fomos três anos vice-campeões do campeonato da Confederação das Quadrilhas Juninas do Brasil. Também fomos vice-campeões no Arraiá Brasil, em Brasília, e na Unej.

Infonet - A vinda da final do Concurso de Quadrilhas Rede Globo Nordeste ajuda a projetar Sergipe?