Conselho Tutelar atua no Forró Caju
Vigilante, o órgão busca garantir os direitos de crianças e adolescentes, protegendo de abusos, perdas dos pais e trabalho infantil...
26/06/2009 - 23:42

Conselho Tutelar garante os direitos de crianças e adolescentes
O Conselho Tutelar de Aracaju acompanha as noites de forró, visando à proteção de crianças e adolescentes e a garantia dos seus direitos. É comum a presença de crianças e até mesmo bebês durante a festa, o que preocupa o órgão público.

“O essencial é que pais ou responsáveis evitem trazer os filhos para o Forró Caju. O local é muito grande e com grande movimento de pessoas, tornando-se mais fácil alguém se perder”, orienta a conselheira Maria José Duarte. Segundo ela, o cuidado dos pais não é suficiente: “Quando bandas grandes entram no palco acontece muito tumulto e agitação”.

Os casos geralmente envolvem crianças entre cinco e 12 anos. Muitas são encontradas por policiais, que as encaminham à base do Conselho, na praça do Mercado Thales Ferraz. “A grande maioria fica aqui até o amanhecer e, quando os pais não aparecem, são levadas a um abrigo.

Durante quatro dias de trabalho, Maria conta que seis crianças se perderam dos responsáveis. Os cuidados básicos para evitar esse incidente são: colocar identificação nos filhos, com nome do pai/mãe, telefone para contato e endereço. “Isso facilita o nosso trabalho e a localização dos pais. Normalmente as crianças nem conseguem falar, só choram”. Muitos pais também não concordam com a presença de crianças durante as noites de festa.

Antônio Lima engrossa o coro: “É muita irresponsabilidade dos pais, ainda mais por causa do tumulto”. Com a pequena Laura, de três anos, no colo, ele se mantém bastante afastado do palco. “Ela veio comigo para ver como é a festa, nunca tinha vindo. Mas realmente não gosto de Forró Caju... só vim por que a mãe está trabalhando aqui no SAMU.

Trabalho infantil

Entre as ações do órgão está a fiscalização de trabalho infantil e identificação de maus tratos. “No dia 23, uma mãe alcoolizada dançava enquanto jogava o bebê de dois anos para cima e para baixo. Ela foi detida e o bebê está abrigado”, conta Maria.

Muitos comerciantes trazem os filhos para ajudar nas vendas ou simplesmente para acompanhá-los, mas a ação é proibida. Se alguma criança for identificada trabalhando, é imediatamente advertida a ir embora acompanhada dos pais.

“O nosso serviço não pára na cobertura do Forró Caju. O cuidado que temos em proteger crianças e adolescentes é muito importante, tornando a presença do Conselho Tutelar fundamental”, enfatiza Cícera do Egito.

Por Marianne Heinisch e Carol Madureira

 


 

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