2ª Sarandagem de Japaratuba "acorda o São João"
O cortejo sai logo mais, à meia noite, ao som de batucadas, típicas do Cacumbi, visitando casas e acordando os vizinhos...
22/06/2009 - 20:50

São João na Roça
Logo mais, à meia noite, Japaratuba vai esquentar os corações dos amantes da cultura popular com a segunda Sarandagem, uma tradição que sobrevive a mais de meio século com o objetivo de “despertar o São João”. O cortejo, formado por grupos folclóricos, sai pelas ruas ao som de batucadas, típicas do Cacumbi, visitando casas e recolhendo garrafas de licor e cachaça que são consumidas ao longo do percurso.

Em meio à forte musicalidade presente na manifestação, tiros de bacamartes são disparados para acordar os moradores e convidá-los a fazer parte do cortejo. O resultado disso: cerca de 3 mil pessoas cantando e dançando ao som do cacumbi. A manifestação só se encerra às 5 horas da manhã, com um café da manhã servido no mesmo local de onde o grupo partiu.

Guilherme Melo: "O São João de Japaratuba é o mais quente de Sergipe"
Para o secretário de Cultura, Turismo, Juventude e Desporto do município, Guilherme Melo, as manifestações culturais de Japaratuba devem ser valorizadas, pois fazem parte da identidade da população local. “Além da sarandagem, nós estamos buscando resgatar a tradição das fogueiras, o costume de vivenciar o São João entre os vizinhos, as comemorações entre amigos e familiares. Por isso, o São João de Japaratuba é considerado o ‘mais quente de Sergipe’”, afirma.

Segundo ele, a crise não é motivo para que os festejos juninos deixem de ser celebrados. “Com a crise nós procuramos envolver ainda mais a população e isso deu muito certo, porque a comunidade vem participando de forma ativa de todo o processo. Afinal de contas, o que é o São João, senão uma grande manifestação popular?”, conclui.

Cacumbi

O Cacumbi é uma das manifestações folclóricas de Japaratuba
O Cacumbi é de influência africana. Pertence ao chamado “Circulo do Rei do Congo” e já seria conhecido no Brasil, lá pelo ano de 1760 quando com o nome de “quicumbi” foi apresentado no Paço do Conselho em Salvador, para alegria de Dona Maria I e Dom Pedro III de Portugal.

É dançado somente por homens. Os trajes são simples: Calça Branca e camisa vistosa de laquê vermelho, azulão ou verde. Usam espadas ou chapéus enfeitados de espelhos. A temática da dança é uma luta entre dois Reis. Um negro e outro indígena. O ritmo é forte, o som marcante e o apito coordena a mudança dos passos. Os instrumentos que acompanham o grupo são: cuíca, pandeiro, reco-reco, caixa e ganzá.

Programação

São João dos idosos abriu a noite
A concentração da segunda sarandagem começou às 17h, com o forró dos idosos e apresentações das quadrilhas juninas Acauã do Vale e Cangaceiros da Boa. Antes do cortejo sair pelas ruas da cidade, quem faz a festa dos forrozeiros, a partir das 21h, é a banda Revoluções, Jeanny e Banda Sonho Real.

Nesta terça-feira, 23, a partir das 18h, será a vez da tradicional queima das fogueiras que será acompanhada pelo cortejo junino e apresentação das quadrilhas juninas Minha Deusa e Pisa na Fulô. Já às 21h começa os shows com Toneladas do Amor, Lapada na Rachada e Sanfonada. Dia 24, os festejos começam às 21h, com Rabo de Mel, Zuerões do Forró e Argolão de Ouro.

Por Carol Madureira


 

 


 

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