Aula de forró é opção para quem quer diversificar os passos
11/06/2009


Aula mistura técnica e individualidade
O aposentado carioca Mário Sérgio Carvalho veio a Aracaju para participar do casamento de dois sobrinhos. Para aproveitar a época dos festejos, Mário decidiu esticar a estadia até o final do mês de junho. Durante essa temporada, o aposentado resolveu freqüentar aulas de forró para diversificar os passos. “Eu danço o que todo mundo danço, queria diversificar. Nada melhor do que escolher Sergipe para aprender a dançar o autêntico forró”, garantiu.

Mário Sérgio é apenas um das pessoas que durante esta época do ano recorre às academias para aprimorar os passos e fazer bonito nas festas. Professor do carioca, Gladson Santos afirma que são ‘eles’ quem mais procuram
O aposentado Mário Sérgio
às academias. “Os homens procuram mais as aulas de dança porque a mulher, normalmente, sabe dançar e tem o remelexo. O homem tem vergonha de soltar o corpo”, lembrou o professor.

Para dançar bem o forró é preciso que os homens saibam conduzir as parceiras. “Às vezes, a mulher quer levar o homem. Aí ele fica solto, à deriva, como uma nau em alto mar sem controle. É preciso que ele esteja consciente da condução e de quais passos serão executados. A dama só deve ter preocupação de ser conduzida”, explicou Gladson.

Se a responsabilidade da condução é dos homens, a beleza da dança fica a cargo das mulheres. “Quem dá a beleza do bailado é a mulher: no seu salto alto e no seu vestido bonito. Por exemplo, se a dama estiver de calça, a dança perde a beleza, você fica procurando quem é o homem e quem é a mulher. Uma dama de vestido logo se sabe qual é a parte feminina da dança”, afirmou o professor de dança.

Técnica
Segundo o professor Gladson, dançar forró universitário é mais difícil do que o pé-de-serra. “O forró
O professor Gladon Santos
dançado no sudeste é todo em contratempo, são passos e contrapassos, além de ter muita coisa aérea. O pé-de-serra tem a sanfona, o triângulo e a zabumba fortes que lhe dão uma marcação”, explicou.

No entanto, seja no pé-de-serra ou no universitário, o que deve prevalecer é o jeito peculiar dos dançarinos. “Se você colocar somente a técnica fica um forró mecânico. É preciso que cada um coloque o seu jeito de dançar. A academia ensina algumas técnicas, mas cada pessoa tem um estilo próprio”, destacou o professor.

Adesão ao forró
A professora Magna Coeli há três meses ingressou nas aulas de dança de salão. “Sempre fui apaixonada por dança, mas nunca tive a chance de aprender”, justifica. Há três meses entrou na
Magna e a filha vão juntas à aula
dança de salão e quando soube que a academia que freqüenta também iria ofertar aulas de forró, ela não pensou duas vezes. “Já fazia dança às terças e quintas. Como eu gostei muito, eu não queria deixar de participar do forró aos sábados”, frisou a professora.

Além de se exercitar, Magna utiliza a dança como forma de quebrar a timidez. “Como sou muito tímida, eu também uso isso para deixar a timidez de lado. É uma forma de eu ficar à vontade: não importa se eu vou errar, se vou acertar. No dia em que alguém me chamar para dançar, a timidez vai diminuir porque eu já sei”, garante.

Magna vai às aulas acompanhada da filha Priscila Rodrigues. A estudante de 16 anos decidiu aprender a dançar junto com a mãe. “Minha mãe entrou na dança, então resolvi entrar também”, conta Priscila.

Priscila pratica os passos
O professor Gladon afirma que Priscila não é mais exceção. “Os jovens estão procurando muito tanto o forró como a dança de salão. Antigamente, somente a faixa etária mais velha participava dessas aulas. Hoje, eu tenho alunos de 15 anos. Acredito que as pessoas vêm para desestressar. O momento em que se está dançando ninguém pensa em nada: em briga com o namorado, na prova do dia seguinte. Todos os problemas ficam no hall da academia”, opina.