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Bacamarte: seguro, se certos cuidados forem tomados (Fotos: Filippe Araujo) |
Em Capela, José Carlos dos Santos é um nome, por assim dizer, estrondante. Responsável pela confecção e manutenção dos bacamartes da cidade, este senhor garante uma diversão à parte durante a realização da tradicional Festa do Mastro há muitos anos. Os armamentos que ele produz possuem qualidade excepcional e são garantia de muito barulho neste período.
Quem vê a quantidade de bacamartes espalhados pela cidade nem imagina, mas o custo de um armamento assim é alto, variando entre R$ 500 e R$ 1 mil. E em uma única manhã, bacamarteiros como Ricardo Oliveira Santos chegam a gastar até 3 Kg de pólvora com a brincadeira. “Dá para dar muitos tiros com essa quantidade de pólvora”, garante ele, que há quatro anos participa desta festa.
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Disparos promovem sustos e diversão |
Diferente da maioria dos bacarmateiros do município, Ricardo faz questão de sempre usar protetor auricular e capacete. “Por causa do estrondo que o bacamarte, muita gente pensa que ele é algo perigoso. Tem quem se machuque, mas por não ter tido o cuidado necessário para manusear o equipamento, especialmente na hora de socar a pólvora. Com os cuidados certos, sustos só de diversão”, garante.
E o destaque entre os inúmeros bacamarteiros de Capela tem nome: Zé de Rosa. Com quase 80 anos de idade, é espantoso ver a firmeza corporal que ele mantém ao disparar com seu armamento. “Eu já tenho mais de 30 anos como bacarmateiro. Antes mesmo de eu poder comprar um bacamarte, já fazia questão de usar o dos colegas. E o segredo de um bom tiro, como na maior parte das coisas dessa vida, é o equilíbrio”, ensina o experiente senhor.
Por Vivian Reis