Conjuntivite é uma doença do verão?
08/02/2011


A conjuntivite é a irritação da membrana que reveste o olho (Fotos: Portal Infonet)
Uma das doenças consideradas típicas do verão é a conjuntivite. Conhecida por olho seco ou sensação de areia nos olhos, ela apresenta grande número de casos nessa época do ano. Assim como a gripe, outra doença tida como característica do período, é também cheia de mitos e verdades que já fazem parte do senso comum. Para desvendá-los, a equipe do Verão Infonet conversou com o oftalmologista Cristiano Mendonça.

De acordo com o especialista, a conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana que reveste o olho e pode ter origem viral ou bacteriana. “A conjuntivite de origem infecciosa, que é mais freqüente no verão, pode ser causada por esses germes. Além disso, existe a conjuntivite alérgica, que pode estar associada a uma rinite, a um colírio ou até mesmo a um lápis de maquiagem que desencadeou uma reação alérgica. Outro tipo é a tóxica, provocada por algum produto que caiu no olho, como por exemplo uma tinta”, explica.

Cristiano Mendonça adverte sobre os perigos da automedicação para conjuntivite
O oftalmologista esclarece que ela não é uma doença característica do verão, mas possui uma incidência maior na alta estação. “No verão, há uma maior proliferação de vírus e bactérias em decorrência de um grande aglomerado de pessoas por ser uma época festiva. Então, acredita-se que é uma patologia do verão”, desmistifica.

O contágio do tipo infeccioso pode ser pelo ar ou pelas mãos ao ter contato com objetos contaminados. “Por isso, é imprescindível separar os utensílios da pessoa contaminada. Se possível, é bom reservar um banheiro para ela. Se o companheiro adquiriu a doença, deve-se evitar dormir com ele. Outra medida para evitar o contágio é manter sempre as mãos limpas”, ensina.

Diagnóstico

A conjuntivite pode ser detectada em pacientes que apresentem olhos vermelhos com secreção ao acordar. “A irritação não deve estar acompanhada de baixa de visão. Se houver diminuição é descartada a hipótese de conjuntivite. Estar com olhos vermelhos nem sempre significa que o paciente esteja com a doença. O único profissional habilitado para fazer o diagnóstico é o oftalmologista”, ressalta.

O tratamento é realizado conforme a origem: viral, bacteriana, alérgica ou tóxica. “Como a do tipo viral está associada a viroses, recomenda-se beber bastante água, ingerir vitamina C, além de lavar os olhos com soro fisiológico e de separar os objetos de uso pessoal. Já para a bacteriana, prescreve-se um colírio antibiótico. No caso da tóxica, um colírio antiinflamatório”, exemplifica.

Cristiano adverte que o colírio para conjuntivite não deve ser prescrito em farmácias, pois o medicamento indicado pode causar complicações na córnea. “Caso o remédio contenha corticóides, pode levar a uma lesão na córnea se o tipo de conjuntivite for causado por um adenovírus. Apenas o oftalmologista pode prescrever o medicamento adequado. A automedicação é muito perigosa”, adverte.

Complicações

Uma conjuntivite não tratada de forma adequada pode levar ao aparecimento de germes resistentes aos medicamentos normalmente utilizados. “Com isso, pode haver um desenvolvimento da opacidade na córnea. Quando isso ocorre, a única solução é o transplante”, alerta Cristiano Mendonça.

Por Ieda Tourinho