Iza Lobo alerta sobre riscos de doenças no período junino (Fotos: Portal Infonet)

Engana-se quem pensa que para um São João com alegria e tranquilidade basta uma roupa bonita, amigos reunidos e a animação para o forró. A incidência de algumas doenças no período junino, a exemplo de infecções respiratórias e alimentares, acaba exigindo mais atenção do forrozeiro para que a festa não termine mais cedo e com prejuízos à saúde.

Segundo a infectologista e gerente de Controle de Infecção do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Iza Lobo, junho é um período onde se verifica a diminuição da temperatura, intensificando ainda mais o risco de graves doenças, gerando as chamadas doenças sazonais. “A temperatura mais fria contribui para o desenvolvimento de alguns microrganismos, que acabam sobrevivendo por mais tempo e propiciam a transmissão de várias doenças. As infecções respiratórias, a exemplo do resfriado, da faringuite, e da traqueobronquite, são muitas vezes transmitidas por gotículas que têm o alcance de até 1 m e agem quando as pessoas falam, respiram, tossem etc”, esclarece Iza.

A médica explana ainda sobre os cuidados com as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), a exemplo da sífilis, da gonorréia, do HIV e HPV. “Devemos trabalhar sempre com a prevenção, não só nos festejos juninos, mas em qualquer ocasião. A camisinha ainda é a medida mais prática de se evitar problemas com DST’s”, observa.

Problemas alimentares

Problemas respiratórios são alguns dos vilões de falta de prevenção no São João

Paralela à imensidão de guloseimas comercializadas nos locais de festas, a possibilidade de infecção também se transforma em uma grande vilã durante os festejos juninos. Alimentos armazenados e preparados de forma inadequada e o uso de água através de fontes não confiáveis são alguns dos problemas verificados nas festas.

A salmonelose, que consiste numa infecção gerada por bactéria e que causa diarréia intensa e diversos sintomas abdominais, está dentre as enfermidades mais comuns com a ingestão de alimentos mal cuidados.  Várias parasitoses também podem ser transmitidas, como vermes e amebas. A leptospirose, transmitida através da urina do rato, também está dentre os resultados de falta de cuidado e armazenamento dos materiais que a serem consumidos.

A infectologista diz que a primeira forma de se prevenir contra as doenças sazonais, mantendo um São João saudável, é conhecendo os riscos. “Os cuidados de todos devem estar atrelados em manter uma intensa higiene, o cuidado na hora de escolher o alimento que vai ingerir, sempre optando pelo bom senso. Conhecendo os riscos, todo o cuidado é pouco. É importante lembrar que muitos agentes virais e bacterianos ficam nas mãos, exigindo limpeza com álcool gel, por exemplo”, alerta Iza Lobo.

Por Victor Hugo