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Triângulo, zabumba e sanfona fazem ritmos que ultrapassam gerações (Fotos: Eduardo Oliva) |
Protagonistas tão importantes quanto o próprio São João, a zabumba, a sanfona e o triângulo fazem ritmos e canções que ultrapassam gerações falando de amor e causos do homem sertanejo. Para muitos, os diversos Trios pé de serra ainda carregam a originalidade do verdadeiro forró, impulsionado por artistas consagrados a exemplo de Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
Formado atualmente por Edivaldo dos Santos (Jacaré), João Viana (João Paraíba) e Lourival da Silva (Lourinho), o Trio Pantanal, ainda resiste ao tempo e há 38 anos entoa o autêntico forró pé de serra pelas terras do Serigy. No vocal e triângulo, Jacaré, diz que o segredo para se conservar o trio está no profissionalismo, no respeito e, acima de tudo, na união do grupo.
“O Trio Pantanal já passou por diversas formações e há cerca de três anos está com os atuais integrantes. O nosso trabalho foi se desenvolvendo inspirado através de grandes referências do forró no Brasil, como o saudoso Luiz Gonzaga, Ari Lobo, Erivaldo de Carira, e tantos outros”, diz Jacaré.
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Trio Pantanal entoa Forró Pé de Serra há 38 anos nas terras do Serigy |
O forrozeiro conta que, além do amor ao forró, o zelo pelos instrumentos de trabalho é fundamental para levar um som de qualidade durante as apresentações. “Afinar a sanfona, verificar a pele da zabumba, ter cuidado com a própria voz são coisas que devem ser feitas com muita frequência. Isso vale, não só para trios de forró, mas para qualquer músico”, observa.
Desafios
Com o advento de novas formas de se fazer forró, a exemplo do elétrico e do universitário, muita gente se questiona sobre um possível e gradativo fim do original forró pé de serra. Já o sanfoneiro João Paraíba, também do Trio Pantanal, discorda dessa possibilidade. “Não tenho dúvidas de que o autêntico forró nunca sairá de circulação. O pé de serra ainda bota muita gente para dançar e reviver muita coisa boa”, afirma o músico.
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Edicássio quer seguir a carreira do pai (Jacaré) e ser músico |
Os forrozeiros do Trio confessam que o grande desafio em manter a dinânica de apresentação do grupo é a falta de apoio local para o custeamento e divulgação dos trios espalhados tanto em Sergipe quanto em todo o nordeste. Mas Jacaré conta que isso não impede de fazer a alegria do público. “Esse ritmo gostoso do forró é o que faz a gente continuar, mesmo com os problemas que enfrentamos. O Trio Pantanal sobreviverá até quando Deus quiser”, promete.
Seguindo os passos do pai, Edicássio dos Santos, 10 anos, filho de Jacaré , quer seguir carreira de músico e disseminar o Forró pé de serra nas gerações futuras. “Desde pequenininho vejo meu pai cantando no trio e acho muito divertido. Quando crescer quero tocar com meu pai nas apresentações”, garante o garoto.
Por Victor Hugo