Desenvolvido originalmente na Jamaica, o gênero musical Reggae é reconhecido por sua batida mais lenta e ritmo envolvente. Um dos seus precursores é o cantor jamaicano Bob Marley, que ficou conhecido mundialmente por transmitir lições de amor e paz através das suas composições de reggae music.

Em Sergipe, muitos são os adeptos do gênero musical que já virou estilo de vida e influencia inclusive no modo de comportar-se e se vestir. Associado muitas vezes ao movimento Rastafári, que visa a unificação dos povos africanos e a utilização de tudo que é natural, os regueiros se utilizam de algumas características do movimento que se assemelham às composições dos músicos deste gênero.

Os dreadlocks, forma de manter o cabelo do movimento rastafári, são uma das características mais marcantes dentro dos que curtem o som, além claro, do uso das cores vermelho, verde, amarelo e preto, que representam a unificação da África. “O estilo do regueiro transmite muito da filosofia trazida por Bob Marley, um dos precursores do reggae, que é a unificação africana, o respeito à religião, ao próximo, e isso é o que o torna tão diferente dos outros estilos. O reggae traz na sua essência a ideia de modificar aquilo que é ruim, a ideia de transformação social”, explicou a estudante Mariana Ruas.

Por essa associação da música à religião, o reggae é vivido por muitos como uma filosofia de vida, divulgando e debatendo questões sociais de grande importância. “O que me chama atenção é que o reggae, primeiro dos ritmos caribenhos, foi o único que ficou de fato ( salsa, merengue e lambada por exemplo tiveram seu ápice mas não deixou um legado), segundo que por ser uma música que tanto fala de amor, mas também é usada como instrumento de luta, resistência, protesto. O reggae foi o grande divulgador de tudo isso”, destacou o estudante Rafael Aragão.

O movimento do reggae music tem crescido e se desenvolvendo cada vez mais em Sergipe, bandas como Oganjah, Sisal Roots, Kararoots, Dream Zion, e Reação, fazem a cabeça dos regueiros e de todos aqueles que curtem o som e seguem a filosofia de vida do reggae, que é pregar o amor, e abolir o ódio entre as pessoas. O baixista da banda Reação, Ras Lau, acrescnta que o estilo do regueiro vai muito além do visual, ele é marcado pelas atitudes no cotidiano.

“O lado religioso do reggae é muito mais importante do que essa parte vinculada ao visual, além também, e principalmente, o lado sócio-educacional, onde as pessoas ajudam umas as outras, ajudam suas comunidades. O reggae sem esse lado social, sem a ajuda ao próximo, não é reggae, pois a música e o estilo são vinculados à prática do amor ao próximo”, concluiu o baixista.

Por Díjna Torres