BUSCA NO CANAL
 
  Chat
  Calendário
  Divulga 2006
  Eleitorado
  Links
  Notícias
  Partidos
  1º Turno
  2º Turno
  ANOS ANTERIORES
  2004
  2002
  2000
  1998
  1996
 
 
  Infonet Eleições 2006
 

As perguntas que nem os autores sabiam ler


29/10/2006, 07:35


Seria o escriba muito ingênuo para acreditar que aqueles populares, de voto ainda indeciso, recrutados pela Rede Globo para o debate realizado na noite de sexta-feira, prepararam, eles próprios, as perguntas que estavam nos cartões do programa e que mal sabiam ler. Mas foi justamente essa conotação popular, e a qualidade dos textos das perguntas, que diferenciou o debate da Vênus Platinada das demais.

O melhor debate, sem dúvida, foi o primeiro da Band, aquele que mostrou um Geraldo Alckmin revoltado e irado, partindo como um pit-bull contra um nervoso e surpreso Lula. Os outros, exibidos pela Record e SBT, foram monótonos e até repetitivos. O do SBT só faltou mesmo ser apresentado por Silvio Santos. O da Rede Globo teve a façanha de inovar. Só em um bloco houve um confronto direto entre Alckmin e Lula colocados numa arena, em pé, ambos com os nervos a flor da pele.

Pelo que as câmeras puderam captar, Lula não está contendo os nervos. Aproximava-se demais de Alckmin e a gente até ficava esperando uma cena de pugilato que felizmente, claro, não aconteceu. A primeira pergunta, sobre Educação, surpreendeu Lula que não chegou a completar seu raciocínio no tempo que lhe foi concedido. Alckmin lamentou que 2,5 milhões de crianças estejam fora da escola. O candidato tucano, depois, anunciou um programa de desoneração da folha de pagamento para que seja possível criar novos empregos. 

O mesmo Alckmin propôs um outro programa, este na área de Habitação pelo qual o interessado pagaria mensalmente apenas 15% do que ganhasse. Lula parece não ter gostado muito da pergunta sobre o baixo número de carteiras assinadas. Só faltou dizer que nem todo mundo pode ter carteira assinada. Um reconhecimento histórico: Lula disse que o Plano Real deu certo nos dois anos iniciais, mas, depois, em 1998, “o Brasil quebrou”. 

A eleição deste segundo turno ficará conhecida, no futuro, como a dos debates e das pesquisas. Todo dia saía uma cantando a vitória de Lula. No caso dos debates faltou apenas algo mais criativo para atrair o espectador.

Por Ivan Valença

(0)