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  Infonet Eleições 2006
 

Ausência de Lula leva monotonia a debate da TV Gazeta


14/09/2006, 11:00


Heloísa e Alckmim no debate: críticas ao presidente
A 18 dias da eleição, o debate entre candidatos à Presidência da República, realizado pela TV Gazeta ontem, quarta-feira, 13, foi marcado por críticas à ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por poucos ataques entre os presentes.

Assessores dos presidenciáveis não se furtaram a comentar que o programa, de duas horas de duração, foi "chato" e "monótono".

 

Participaram do debate Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT). A apresentadora, Maria Lídia, afirmou que Lula, líder das pesquisas de intenção de voto, "sequer respondeu ao convite" da emissora e a bancada que corresponderia ao petista foi mantida vazia durante todo o programa. Os outros quatro candidatos que concorrem à Presidência não foram convidados por não terem representação no Congresso, como prevê a regra eleitoral.

 

Também foi sentida a ausência de lideranças de peso no lado tucano. Os presidentes dos partidos que formam a coligação de apoio a Alckmin não compareceram, ao contrário do debate realizado na TV Bandeirantes em agosto, o único do gênero até agora, quando Tasso Jereissati (PSDB) e Jorge Bornhausen (PFL) estiveram presentes. O tucano mais graduado na platéia da TV Gazeta foi o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), coordenador-geral da campanha. "Está monótono", disse Guerra em entrevista durante o debate. Ainda assim afirmou que um programa do gênero é melhor que um comício, por reunir maior público.

 

Lula fora

 

Os principais ataques a Lula ocorreram no início do programa e tiveram como alvo as denúncias de corrupção que pesam sobre o governo. "O senhor Luiz Inácio Lula da Silva tem em sua coligação o nome de a Força do Povo e se nega a vir debater diante do povo. Do quê tem medo o presidente Lula ao fugir dos debates sistematicamente? Das acusações que poderiam pesar sobre ele? Das cobranças que poderiam ser feitas sobre ele?", disparou Cristovam Buarque, ex-petista que tem 1% nas pesquisas de intenção de voto.

 

Heloísa Helena, com 9% de preferência, foi mais ferina. "Quero repudiar a ausência do candidato Lula, que tem que aprender de uma vez por todas que tem obrigação de descer do seu trono de corrupção, arrogância, covardia política e estar em todos os debates. Ele não tem o direito de se achar melhor do que as outras pessoas, do que os outros candidatos... e aqui não está para ser desmascarado".

 

Já Alckmin, principal adversário do petista, com 28% nas pesquisas, manteve seu estilo pouco agressivo. "Lamento que o candidato Lula, que fez promessas enormes há quatro anos, a maioria delas não cumpridas, que teve cinco ministros indiciados ou denunciados pela polícia, não venha ao debate exatamente para não tratar desses temas".

 

O tucano também precisou dar explicações sobre seu tratamento em relação ao governo Lula. Ele negou que os ataques amenos sejam receio de um revide petista em relação à sua administração em São Paulo. "Não há nenhuma vulnerabilidade no governo, aliás, 12 anos de governo (tucano) em São Paulo pautado pela ética, pela correção, pelo trabalho". E emendou: "Mas é dever de todo brasileiro combater a corrupção, não são fatos isolados, é uma estrutura de poder autoritária. O que é o mensalão, é querer comprar o outro poder, é submeter o poder Legislativo ao Executivo. Há uma lista telefônica de corrupção". Por mais de uma vez, Alckmin citou o caso, que está sendo investigado, das revistas produzidas pelo governo federal que foram enviadas ao PT para distribuição.

 

Fim da reeleição

 

Questão polêmica para a qual já deu respostas contraditórias, o instrumento da reeleição voltou a ser tema de questionamento a Alckmin. Desta vez, disse ser contrário. "A minha proposta de reforma política terá fidelidade partidária, voto distrital misto e fim da reeleição". E voltou ao tema para reafirmar: "Eu entendo que, mantida a atual regra, sem o mínimo de regulamentação, eu sou contra. Se eu fosse votar no Congresso Nacional, votaria contra".

 

Ele, no entanto não respondeu a uma pergunta sobre um suposto acordo entre o PT e o PSDB que estaria em curso para um eventual segundo mandato de Lula e que prevê sua derrota. Preferiu reprisar o bordão "a eleição está começando... Vamos ter segundo turno e então quem vai ganhar é o eleitor".

 

Vote neles

 

Cristovam Buarque protagonizou alguns dos poucos momentos de descontração, como quando pediu votos para os demais candidatos. "Vamos tentar convencer um número maior de pessoas a votar na educação (seu lema). Se não conseguirem, peçam voto para esses outros que estão aqui, porque o Brasil precisa desesperadamente do segundo turno".

 

Baixa audiência

 

Ao final, o jornalista Luiz Gonzalez, responsável pela comunicação da campanha de Alckmin, avaliou que o debate foi chato e disse que o programa não deve ter influência sobre a intenção de voto no tucano. Deu três razões: baixa audiência da emissora, estimada em 1 por cento de TVs ligadas; o horário tardio (das 23h a 1h); e perfil do público, que viu por curiosidade ou dever de ofício e já tem candidato.

 

Já o deputado Ivan Valente (PSOL), que assessorou Heloísa Helena, achou positivo o programa, mas admitiu que "sem Lula perde impacto".

 

A TV Gazeta está presente em dez Estados (SP, MG, MT, GO, PE, PR, RJ, SC, RS, RR) além do Distrito Federal, mas é tida como uma emissora eminentemente paulista. O próximo e último debate está marcado para 28 de setembro na TV Globo.

 

 

Fonte: Reuters

 

 

 

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