Os trabalhadores da DESO divulgaram um manifesto – intitulado “Um Clamor Por Justiça” – que foi lido no plenário da Assembléia. Diz o manifesto: “Passaram-se 20 meses que os trabalhadores da DESO procuraram esta casa clamando por justiça e a situação só tem piorado.
O acordo coletivo 2007/08 foi fechado longe do ideal anseio dos trabalhadores, com pouquissimos avanços, no qual o fator de maior peso para sua aprovação foi a manutenção das conquistas que pretendiam ser retiradas pela direção da empresa, no decorrer de toda negociação que durou 11 meses.
Nas negociações para o acordo coletivo 2008/09, cuja data-base é 01 de novembro, foram propostas apenas perdas, desconsiderando os anseios dos trabalhadores e décadas de uma história de lutas, das quais o governador e seus aliados participaram, mas parece que se arrependem ou se envergonham do passado. O maior impasse, que residia na uniformização da jornada de trabalho e na revisão da segunda etapa do Plano de Cargos e Salários (PCCS) hoje agravou-se, pois lutamos também para que conquistas não sejam retiradas.
“A decepção e o sentimento de traição tomaram conta da categoria. O governo de Marcelo Deda permanece dando continuidade à política de discriminação e descaso implantada em outros governos, acentuada pela implantação de um verdadeiro clima de terror dentro da empresa. Para calar a voz dos trabalhadores e implantar sua política de diminuição de direitos trabalhistas, a diretoria da DESO, os ex-companheiros e ex-sindicalistas, usam de todo tipo de subterfúgios e ardis, tais como: perseguições, transferência, advertência, suspensões, demissões (estas nunca houve em outros tempos e que atualmente são praxe na empresa) e extinção arbitrária de normas.
Em novembro de 2007, a tarifa da DESO sofreu um reajusta de 11,87%, e apenas 4,78% foram repassados para a folha de pagamento, e nada foi investido na melhoria do serviço prestado pela empresa, haja vista a degradação do seu patrimônio em todo o Estado, sem contar a falta de estrutura e condições dignas para os trabalhadores, por exemplo: a quantidade de acidentes só aumenta, inclusive morte já aconteceram e nenhuma providência é tomada”.
Por Ivan Valença