“Nós não usamos camuflagem”, Dalton dos Santos

Candidato a vice-prefeito pelo PSTU defende de que para mudar é preciso pôr um trabalhador no poder

29/09/2008 - 09:21

Tweet

A partir de hoje, 29, o Portal Infonet dará início a uma série de entrevistas com os candidatos a vice de Aracaju. A primeira delas, seguindo a ordem alfabética dos nomes colocados na urna, será com Dalton, vice de Vera Lúcia. 

Dalton Francisco, vice da candidata Vera Lúcia

Conhecido como um homem de idéias radicais, Dalton Francisco dos Santos, candidato a vice pela chapa de Vera Lúcia (PSTU) aposta na idéia de que é preciso priorizar as necessidades e os anseios da classe trabalhadora. Segundo ele, é a partir dessa camada da população que devem partir as mudanças que vão transformar a sociedade. Este Geólogo de 57 anos, que nunca ocupou nenhum cargo público, defende a sua candidatura com base no pensamento de que não há ninguém melhor que um trabalhador para realizar e conduzir uma boa administração. Confira a entrevista completa abaixo:

Portal Infonet- Por que quer se envolver na política? 

Dalton Santos- Para disputar a consciência dos trabalhadores, esclarecendo que não é no período eleitoral que se resolvem os problemas da sociedade. A eleição é um processo anti-democrático. Os trabalhadores são chamados a votar, mas não decidem. Normalmente, ganham os candidatos que são financiados pelas empreiteiras, banqueiros, usineiros. Quando eleitos, esses governantes administram para quem bancou a campanha deles. O povo é usado para legitimar um processo que é anti-democrático. Por isso me envolvo, para mostrar que os trabalhadores precisam ser organizar para garantir os seus direitos.

Portal Infonet- Fale um pouco sobre sua trajetória política-ideológica.

DS- A minha trajetória sempre foi essa. Apenas fui agregando valores com os anos.  Defino-me como um revolucionário socialista, no sentido de criar uma sociedade não apenas a nível nacional, mas também internacionalmente mais justa e humanitária para todos.

Infonet - Como se deu a escolha do seu nome para compor a chapa?
DS- Existia uma discussão na frente de esquerda, que é formada pelo PSTU e pelo PSOL, sobre os prováveis nomes. Nós colocamos o nome de Vera Lúcia e deixamos o nome do vice à disposição do PSOL. Como eles não indicaram ninguém, os militantes do PSTU me questionaram se eu aceitava. Eu nunca poderia recusar, seria ir contra o que pregamos no partido.

Infonet -O que o credencia ao cargo? 
DS- Não existem pessoas mais preparadas para administrar ou gerenciar do que os próprios trabalhadores. Se nós temos condições de enriquecer os patrões também temos competência para administrar, já que vivemos a situação.

Infonet - O que pretende fazer para que o vice não seja um personagem à sombra da administração pública? 

DS- Nós temos um projeto que não é individual. Temos um partido em que o envolvimento e o compromisso são com a classe trabalhadora e com o povo. Tudo o que estamos apresentando foi discutido pelo partido. Dentro desse processo não existe a figura do prefeito e do vice. O meu papel será estar colado com o projeto de Vera, pois ela não vai governar sozinha. Existirá uma participação de todo o coletivo do partido.

Infonet- Participou da elaboração do plano de governo? De que forma? 

DS- Sim. Toda essa discussão é uma discussão a nível nacional. Transporte e sua estatização, tarifa social, passe-livre para os estudantes e desempregados e a melhoria das condições para atender aos portadores de necessidade especiais.  Tudo é pensado coletivamente.

Infonet - Qual a sua contribuição nessas prévias eleitorais?

DS- Eu tenho acompanhado Vera em todos os momentos. A movimentação que ela faz é no meu carro, que coloco à disposição. Toda a nossa campanha é bancada pelos militantes e pelos que têm simpatia pelo partido.

Infonet - Quais os planos para ser atuante e defender o interesse público?

DS- O principal ponto do nosso programa é cumprir a lei de responsabilidade social. Para isso é preciso descumprir a lei de responsabilidade fiscal. Nós iremos estatizar o transporte e dizer ao povo para eles escolherem. A grande tarefa é justamente dizer à população que ela tem uma escolha: ou o dinheiro do município vai para os banqueiros ou para o povo. Isso depende em quem os eleitores vão votar.

Infonet- Como o senhor avalia a campanha do seu partido até o momento?

DS- Na campanha, estamos colocando a realidade porque nós vivemos essa realidade. Nós somos trabalhadores e sentimos na pele a situação. Estamos falando de coisas que vivemos no dia a dia. Quando Vera fala de ônibus, ela fala porque anda de ônibus. Quando fala da saúde, é porque ela conhece e precisa dos hospitais públicos. Diferente dos outros candidatos, que quando adoecem vão para os hospitais particulares.  Nós não usamos camuflagem. A população está entendendo o nosso projeto. Não estamos mentindo. Estamos dizendo o que deve ser feito, e a forma como deve ser feito.

Infonet - Por que as pessoas devem votar no prefeito e vice-prefeito da sua coligação política?

DS- Os pobres e os trabalhadores não devem perder o seu voto. Porque perder o voto é votar naqueles que não vão cumprir o que estão prometendo. Por isso, quem não quer perder o seu voto deve votar em Vera Lúcia e Dalton.