Programação

Infográfico
27/06/2014 - 01:34
Crianças formam quadrilhas juninas mirins
Os pequenos quadrilheiros se dedicam durante meses aos ensaios

Quadrilha Mirim Sanfona Branca em apresentação no Arraial do Povo (Fotos: Márcio Dantas)

Engana-se quem pensa que se apresentar para o público em uma quadrilha junina é brincadeira apenas de adulto. O encantamento pela dança alegre e envolvente contagia também as crianças que, mesmo com pouca idade, se dedicam aos ensaios para a marcação dos passos que montam as coreografias e cantam com entusiasmos as músicas apresentadas durante os festejos juninos.

A organização das quadrilhas mirins é mantida nas escolas do estado como forma de ensinar sobre cultura e manter as tradições locais. Todo ano, parte do horário das aulas no mês de junho é destinado para o ensaio das coreografias que são apresentadas aos pais, amigos e familiares. No entanto, as crianças também têm encantado públicos maiores em eventos como o Arraial do Povo, na Orla da Atalaia, Aracaju.

De acordo com presidente da Liga de Quadrilhas Juninas do Estado de Sergipe, Gildson Farias, apesar de somente duas quadrilhas mirins (Xodó da Vila Mirim e Capelense Mirim), estarem registradas na LIQUAJUSE, sabe-se que o número de grupos é maior. “As crianças dançam quadrilha já nos primeiras séries escolares, ainda bem pequenas. Porém, a organização para apresentações em locais públicos vem aparecendo como novidade, algo que certamente encanta quem assiste e que só tende a crescer”.

Fundadora da quadrilha mirim Sanfona Branca

Os noivos mirins são os mais novos

Talita e a filha, Natália

Com quatro anos de existência, a quadrilha mirim “Sanfona Branca”, do bairro Coroa do Meio em Aracaju, é composta por 48 crianças com idades entre 7 e 14 anos que já no mês de outubro iniciam os ensaios para aprender os passos e as músicas que serão utilizadas nas apresentações do período junino.

Para Rosimeire da Silva, 40, fundadora da “Sanfona Branca”, a criação do grupo mirim teve como primeiro objetivo incentivar as crianças a conhecerem e apreciarem a cultura das quadrilhas juninas. “Nossas apresentações sempre têm uma razão social. Além de dançar e brincar os festejos, os meninos e meninas aprendem a valorizar o que do povo da gente”, explica.

Quadrilheiros Mirins

Há três anos dançando na “Sanfona Branca, João Luís, 13, diz que o interesse pelas quadrilhas juninas surgiu durante uma apresentação. “Fui assistir com minha mãe e achei muito lindo. Já cheguei em casa dizendo que queria dançar também. Agora quando eu crescer vou sair dessa para outra de adulto”.

Para os quadrilheiros mirins, as apresentações sempre geram um “friozinho na barriga”, típico dos espetáculos, mas que eles dizem passar rápido, assim que o trio pé de serra começa a tocar o xote e o xaxado, ritmos que atribuem ser os mais alegres e divertidos da coreografia.

Ainda segundo Rosimeire da Silva, o principal retorno é a melhora no rendimento escolar das crianças. “Para participar da quadrilha nosso requisito é estar estudando. Acompanho a freqüência e as notas. Só permanece quem vai bem na escola. Queremos contribuir para o progresso escolar deles, porque isso é muito importante”.

A diarista Talita Maria dos Santos, mãe da pequena Natália, ressalta o prazer que a filha demonstra por fazer parte da quadrilha mirim. “Ela não se cansa. Gosta dos ensaios e das apresentações. Cada coisa pra ela é uma alegria, e pra mim também. Natália melhorou na escola porque agora tem a mente ocupada e distraída com coisas boas”, destaca.

Por Roseli Nunes