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| Componentes de quadrilhas juninas ressaltam a tradição do nordeste brasileiro |
Fogos de artifício, bandeirolas, fogueira, comida típica, roupa junina e, por último, mas não menos importante, quadrilha junina. Esse é o cenário ideal de diversão para centenas de quadrilheiros, que têm como a dança típica do São João um símbolo que reúne tradição, prazer e cultura.
Flávia Mirnna Dantas é professora e componete da Unidos em Asa Branca, uma das quadrilhas mais tradicionais do estado. Durante os festejos, ela admite que o São João ganha um sentido cultural a mais, justamente devido às danças.
“As quadrilhas são uma forma de manifestação da cultura nordestina. Naturalmente, o povo do Nordeste tem prazer em acompanhar o São João e participar da quadrilha”, contou Flávia, que tem no São João a lembrança dos festejos em família.
Ainda segundo Flávia, que faz parte do grupo há cinco anos, os concursos movimentam bastante o cenário em que as quadrilhas existem. “A gente se prepara bastante para competir. A existência dos concursos estimula a busca por melhorias e inovação”, diz ela.
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| Flávia (de verde e amarelo) acredita que as competições não devem destoar da tradição |
Embora a professora defenda a existência de concursos, o ambiente competitivo pode impedir o real sentido da quadrilha. “A competitividade vem atrapalhando um pouco o objetivo principal da quadrilha, que é manifestar a cultura nordestina. Os candidatos se preocupam mais com os resultados dos concursos, e com isso, deixam de lado a alegria, a diversão e o prazer de dançar”, explicou.
O estudante de jornalismo Whagner Alcântara, participante da equipe Cangaceiros da Boa, também acredita na importância dos concursos no sentido de valorizar as quadrilhas juninas. Segundo ele, que participa da equipe desde 2008, alguns concursos e grupos estão desviando do sentimento real da quadrilha. O estudante explica que “eles estão priorizando mais apresentações com coreografias de aspectos carnavalescos e até hollywoodianos, e isso não é bom”. Whagner completa ainda dizendo que os aspectos da cultura local não devem ser figurantes numa expressão cultural tão forte do nosso povo, como as quadrilhas juninas.
O estudante acredita que no São João do Nordeste são encontradas as quadrilhas juninas mais respeitadas do Brasil e que essa época é o grande ápice da alegria do povo nordestino. Whagner indica que sente muito orgulho de espalhar essa cultura para o resto do Brasil através da quadrilha. “O São João mostra para mim que o nordestino é feliz apesar das adversidades da vida e é isso que eu tento levar a cada lugar do Brasil que chego pra festejar o São João”, completou Whagner.
Por Helena Sader e Jéssica Vieira
