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| Boka Loka anima turistas no Mercado Antônio Franco. Foto: Equipe São João Infonet |
Além do artesanato, comidas típicas e a beleza arquitetônica dos mercados centrais de Aracaju, uma figura ilustre é facilmente encontrada no Mercado Antônio Franco. Usando um chapéu de couro, e roupas com estampa camuflada, que lembra um combatente de guerra, o sanfoneiro conhecido como Boka Loka, encanta turistas e sergipanos com a seu desempenho, e alegria ao tocar seu acordeom.
Ele é alagoano, da cidade de Traipu, foi batizado como Antônio Carlos de Oliveira. Aos 75 anos de idade, e mais de 50 anos tocando seu acordeom entre a Rua São João, e os mercados de Aracaju, o ex-policial militar, contou um pouco da sua historia para a equipe do São João Infonet, e revelou a origem do seu famoso apelido.
Sofrendo com o desemprego na sua cidade natal, Antônio Carlos (Boka Loka) como milhares de nordestinos, resolveu tentar a sorte em São Paulo, onde arrumou um emprego em uma famosa fabrica de confecções. Porém todo bom nordestino, Boka Loka tinha no sangue o autêntico forró. Mesmo sem saber tocar sanfona, ainda em São Paulo, ele decidiu comprar o instrumento torna-se músico, e assim que dominou o acordeom, resolveu voltar para o nordeste, mais especificadamente para Sergipe. "Eu nem sabia como segurar o instrumento. Certo dia resolvi comprar um acordeom, e dizia para todo mundo que eu era sanfoneiro. Menti tanto para mim que acabei aprendendo de verdade a tocar a sanfona. Então resolvi voltar para meu nordeste querido", ressaltou.
Quando retornou para o nordeste, mais uma vez desempregado, resolveu procurar emprego em Sergipe, onde começou a vender picolé. Isso aconteceu no ano de 1986, ano em que uma emissora de televisão brasileira exibia a novela Boka Loca, nome que ele batizou os picolés que vendia.
O apelido dos picolés acabou virando seu nome artístico, que já dura quase 30 anos. " Nunca tive medo de trabalho, sempre trabalhei com o que aparecia. Fiz sucesso com os picolés que vendia e todo mundo passou a me chamar de Boka Loka. Hoje ninguém me conhece pelo meu nome de batismo. Acho que foi uma grande ideia o apelido", explicou.
Boka Loka sente uma grande satisfação em ser considerado ‘O Sanfoneiro do Mercado’ e trabalhar diariamente com os turistas. Ele conta que seu trabalho é o melhor de todos, pois todo dia conhece gente nova, ganha dinheiro, e fica agarradinho com a sua sanfona. “Estou muito feliz aqui. Tenho repertorio para todos os gostos musicais, mas o forró é o que realmente encanta os turistas. Todo dia tiro foto com o pessoal que vem nos visitar, fico muito feliz, e assim vou ganhando a minha vida”, finalizou
Por Adriana Meneses
