Marcelo Déda garante que irá para debates na televisão

16/07/2004, 12:03

O candidato à reeleição pela coligação “Aracaju, Orgulho de Todos”, que reúne o PT, PC do B, PCB, PSB, PMN e ainda tem o apoio do PTB, PL, PSDB e PTN, prefeito Marcelo Déda, recebeu o jornalista José Araújo, do portal Eleições e abriu seu coração. Num gabinete bem decorado, tendo ao fundo de sua mesa de trabalho uma cruz com o Cristo crucificado, uma foto do presidente Lula e as bandeiras do Brasil, de Sergipe e de Aracaju, Déda mostrou seu lado pouco conhecido da grande massa. É um perfeccionista, gosta de acompanhar tudo de perto e até responde os e-mails e outras correspondências que recebe do eleitorado, do próprio punho.

-Não tenho tempo para responder a todas as correspondências, mais faço o possível para ao menos tomar conhecimento do conteúdo da maioria delas, revela Déda, numa conversa informal com o repórter antes da entrevista. Durante a entrevista ele expõe o que considera os pontos mais positivos de sua administração, diz que os problemas surgidos entre aliados e dentro do PT para a escolha do vice e a definição das coligações proporcionais já foram superados. “Agora é trabalhar para assegurarmos a vitória”, comentou.

Marcelo Déda, ao contrário do que sugerem seus adversários, deixou claro que não fugirá do debate com os cinco outros concorrentes (Suzana, Jorge Alberto, Renato Sampaio, Adelmo Macedo e Vera Lúcia). “A priori não vejo motivo para não participar de debates na televisão”. Quanto ao adversário que preferiria, se houver segundo turno, ter como adversário sai pela tangente: “Não compete a mim escolher adversário. Em última instância essa escolha, se houver, caberá ao eleitorado de Aracaju”.

Confira a íntegra, abaixo, da entrevista com Marcelo Déda.



Portal Eleições – Prefeito Marcelo Déda, qual a maior dificuldade que o senhor enfrentou para construir sua candidatura à reeleição?

Marcelo Déda – Seria até exagerado falar em dificuldades para consolidar minha candidatura dentro do PT e dos aliados. Houve um clima sempre de grande apoio de solidariedade à minha candidatura. Mas durante o processo eleitoral existem algumas dificuldades e as que surgiram não foram em relação à minha candidatura, mas em relação a escolha do vice-prefeito, que provocou uma intensa polêmica entre os aliados e depois entre os petistas e num segundo momento a chapa dos proporcionais nos obrigou a um exercício de criatividade política, de engenharia, para que pudéssemos consolidar uma chapa viável do ponto de vista eleitoral e competitiva para todos os que estavam filiados aos partidos aliados. Estes dois momentos, eu diria, que foram os mais tensos no processo de consolidação da minha candidatura.

Portal Eleições – Ainda se houve comentários aqui e ali sobre estes dois pontos. Na avaliação do senhor tudo isso foi superado ou ainda existem pendências?

Déda – Na escolha do vice-prefeito o PT deu uma demonstração quase inédita. A aprovação da chapa se deu por unanimidade na convenção do partido. Quanto a formação da chapa proporcional, não impusemos nenhum tipo de limitação no trabalho das lideranças do PL e do PTB para consolidação de uma chapa competitiva, (isso nos custou inclusive tempo no horário eleitoral gratuito para a campanha majoritária) e acho que ficou claro que não havia sequer condição matemática para a formação de um chapão como muitos defendiam, principalmente depois que foi reduzido o número de vereadores. Na prática, essa decisão, inviabilizou a formação de uma chapa única na proporcional. Acho que esse problema foi superado e agora, creio que as pessoas estão olhando é para as perspectivas eleitorais e sobretudo para a consolidação de uma maioria na Câmara Municipal através das três coligações proporcionais que apóiam a minha candidatura.

Portal Eleições – Se sua candidatura for para o segundo turno, quem o senhor acredita que será seu adversário?

Déda – Estamos nos preparando para construir a vitória de nossa coligação. Tanto faz ela acontecer no primeiro quanto no segundo turno. O fundamental é que preservemos as conquistas do povo de Aracaju e evitarmos um retrocesso político e administrativo na Prefeitura. A meta política que a coligação estabeleceu é fazer uma campanha responsável, de muito trabalho, sem qualquer espécie de sapato alto, sem desrespeitar ou desvalorizar os adversários. Levaremos a disputa a sério para que possamos até ganhar no primeiro turno. Quanto a um adversário ideal, não me compete escolher adversário. O jogo da democracia me deixa preparado para enfrentar todos os que se inscreveram no pleito. Temos que estar preparados para derrotar os adversários e garantir a nossa vitória.

Portal Eleições – O candidato a prefeito pelo PRP, Renato Sampaio, está lhe chamando para a briga. Lhe convocou até para um debate público. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Déda – Tem cinco candidaturas adversárias disputando a Prefeituras. É claro que elas vão cumprir o seu papel de oposição. Vão questionar a nossa administração e nós estamos preparados para defender. Até porque, modéstia à parte, a administração de Aracaju responde por si própria. As transformações no campo da política, da cultura, do modelo de gestão administrativa e da ética são exemplares e falam por si próprias. Não vou privilegiar debater com nenhum especificamente. Todos eles têm os mesmos direitos e o povo é que julgará em última instância.

Portal Eleições – O Senhor pretender participar de debates públicos com os outros cinco candidatos?

Déda – À primeira vista, todos os debates convocados por televisões, desde que com regras justas e submetidas aos candidatos, terão nossa participação. Não vejo razão para aprioristicamente me recusar a comparecer a algum debate, salvo se ficar revelado que as regras de algum desses debates visar beneficiar algum candidato. Neste caso qualquer um de nós (os candidatos) tem o direito de se recusar de participar de uma armação, mas de debate construído com seriedade, respeito, com democracia e alto grau de técnica jornalística nós não temos nenhum medo de participar e expor nossos pontos de vista e a nossa administração.


Portal Eleições – O que o senhor fará para desvincular a ação adminsitrativa da campanha eleitoral e ainda sobrar tempo para dar atenção à família?

Déda – Será um grande esforço. Primeiro por ser a primeira vez que um prefeito de Aracaju concorrerá à reeleição. Será um grande desafio porque estamos determinados a não usar a máquina pública na campanha. É uma determinação e um compromisso com o eleitorado. Por outro lado, a máquina precisa continuar funcionando. Vou precisar conciliar as duas coisas, o que significará mais trabalho e menos tempo para a família nestes três meses de campanha. E, na hora que o tempo ficar muito escasso, tenho certeza que meus auxiliares tocarão a administração com unidade política com as diretrizes fixadas por mim e ainda com a maior lealdade e competência.

Portal Eleições – O que o senhor destacaria como grande marco realizador de sua administração:

Déda – vou destacar quatro pontos que traduzem e simbolizam mudanças e ganhos de qualidade que a população de Aracaju teve ao longo desses três anos e meio. O primeiro dele é a participação popular. Nunca houve processo tão eficiente de participação popular neste município quanto a política traduzida na realização do orçamento participativo. Além disso, as conferências e congresso de políticas públicas se transformaram em grandes assembléias, onde a população estabeleceu suas prioridades e a Prefeitura às realizou dentro de suas possibilidades financeiras. Também restabelecemos a eleição para diretores das escolas do município.

Portal Eleições – O senhor retomou a eleição para diretores de escolas?

Déda – Hoje o prefeito Marcelo Déda não indica um cargo em comissão na direção das escolas de Aracaju. São todos eleitos pela comunidade escolar. Enfim, tudo isso revelam um governo de participação popular. Não existe mais um governo elaborando ou dirigindo sozinho o destino da cidade, mas um governo que compreende que a participação da sociedade não pode ser apenas nas eleições. Ela deve ser cotidiana para melhorar a qualidade do governo.

Portal Eleições – O que mais o senhor indica como grande realização de sua administração?

Déda - Outro ponto que destaco como marco de realização é a revolução financeira e fiscal. Aracaju é um dos municípios mais eficiente na redução de sua dívida pública, enxugar do ponto de vista fiscal sua gestão financeira e criando condições de viabilizar o trabalho da prefeitura com recursos próprios, obedecendo as diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal. Dobramos a arrecadação do município sem criar ou aumentar qualquer novo tributo. Ao contrário, perdemos tributo, como a TIP e ainda aumentando de 06 para 21 mil os aracajuanos isentos do pagamento do IPTU.

Portal Eleições – E o que o senhor destacaria nas áreas de Saúde e de Obras de alcance social?

Déda - O terceiro segmento da política pública que fizemos uma revolução foi no setor da saúde. Essa revolução não é traduzida apenas nas obras físicas que realizamos e a criação do SAMU. Não são apenas essas realizações, mais os resultados aferidos. Por exemplo: reduzimos em um terço a mortalidade infantil em Aracaju, ação que nos rendeu o prêmio da Abrinq e da Unicef como prefeito amigo da criança. No setor físico (obras), sem esquecer as obras de manutenção das chamadas áreas mais nobres, realizamos grandes sonhos dos aracajuanos em regiões mais pobres e esquecidas da cidade. A Orla do Bairro Industrial, a Avenida São Paulo, toda obras de integração que estamos continuando em torno da Avenida São Paulo e mais a Coroa do Meio, são obras estruturantes que ao tempo que são obras de infra-estrutura urbana são ao mesmo tempo profundamente comprometidas com o social, por estarem em bairros pobres e simbolizarem desafios como por exemplo, construir uma estrutura turística num bairro da zona norte, o Industrial, o que nunca houve na história de Aracaju. Essa obra resgata uma área belíssima do ponto de vista paisagístico, mas que o preconceito sempre impedia que a área fosse resgatada para seus moradores e turistas. A atual administração revela competência, compromisso social e ética, na execução do mandato que o povo nos confiou.

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