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Quinteto Violado trará para Aracaju o projeto 'A canção que virou concerto'


30/06/2008, 04:00


Marcelo Melo, vocalista e violinista da banda
Em 1971 surgiu em Pernambuco um grupo musical que traçava um novo caminho para a MPB. Diante da indecisão no cenário da música nacional, após a irrupção do movimento tropicalista, o Quinteto Violado apresentava uma proposta fundamentada nos elementos musicais da cultura regional, através de trabalhos de pesquisa e da própria vivência de cada um dos seus integrantes, originários da região Nordeste do Brasil. O trabalho de pesquisa artístico-cultural do grupo rendeu frutos e encontrou um escoamento na Fundação Quinteto Violado, criada há 12 anos. A pesquisa desenvolvida se estende, inclusive, para Sergipe, e esse foi um dos pontos da prosa entre o vocalista Marcelo Melo e a equipe do Portal Infonet. Confira!

Portal Infonet – Vocês surgiram juntamente com o movimento tropicalista há quase 40 anos. De lá para cá, o que mudou no trabalho musical de vocês?

Marcelo Melo – Acho que ele não mudou. Evoluiu. Buscou atualizar-se sempre. A proposta inicial foi se adequando naturalmente às novas tecnologias, aos modismos, às novas influências, sem se deixar envelhecer, arriscando novas leituras.

 

Infonet – E quanto ao público, mudou alguma coisa? Ele também vem se renovando?

MM – Eu acho que o público entendeu muito bem nossa proposta e embora não estejamos muito na mídia, nosso trabalho é passado de geração para geração. É o pai que apresenta nossas músicas ao filho, que gosta e procura mais informações. É uma dinâmica bastante saudável. Hoje, o público jovem é bem presente em nossos shows e se emociona conosco.

 

Infonet – O trabalho de vocês é baseado em muita pesquisa. Qual a metodologia que vocês utilizam e o processo de aprendizado.

MM – Nosso trabalho de pesquisa se tornou tão intenso que há 12 acriamos uma fundação sem fins lucrativos, que se propõe a desenvolver projetos culturais de valorização do homem pela arte. Então nos vários recantos do país descobrimos ícones da cultura local, grupos de autos populares e procuramos capacitá-los, fazendo com que consigam benefícios a partir do trabalho que desenvolvem. A fundação, portanto, nos ajudou muito a sistematizar e focar mais todo esse trabalho de pesquisa que vínhamos desenvolvendo ao longo dos anos, quase que intuitivamente.

 

Infonet – A cultura sergipana também vem sendo objeto de estudo de vocês. Em 2004, inclusive , vocês gravaram um DVD sobre a cavalhada em Porto da Folha. Qual o próximo projeto para o Estado?

MM – Vou dar essa notícia em primeira mão pra vocês. Há poucos instantes conversei com o prefeito Edvaldo Nogueira e ele nos convidou para trazer para Aracaju, pelo mês de setembro, o projeto “A canção que virou concerto”, onde o Quinteto Violado, juntamente com a Orquestra Sinfônica do Estado, vai criar arranjos para as canções do músico Geraldo Vandré. Em seguida faremos apresentações na capital. Esse projeto é fruto do CD “Quinteto canta Vandré”, que lançamos recentemente.

 

Infonet – E quanto ao Forró Caju. Vocês estão presente mais um ano no evento, o que teriam a dizer da festa?

MM – Aqui a receptividade é sempre muito boa. O público aracajuano tem um grande carinho pelo nosso trabalho e comparece aos nossos shows. Se emociona e nos emociona. Há muito respeito das duas partes. Além disso, nos sentimos muito orgulhosos de ter feito e de fazer parte do crescimento desta grande festa.

 

Por Carol Madureira

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