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Alcymar Monteiro prova que tem autenticidade e forró animado


27/06/2008, 04:02


Alcymar Monteiro contagia todos com seu carisma
Agenda lotada desde maio e shows com performances que remetem aos folguedos nordestinos. O cantor e compositor Alcymar Monteiro mostrou em Aracaju porque seu trabalho rendeu indicação ao Grammy 2008. Na madrugada desta sexta-feira, 27, o Portal Infonet conversou com o músico para tentar entender porque essa figura carismática consegue se manter no auge por 28 anos. Acompanhe os melhores momentos do bate-papo:

 

Portal Infonet - Alcymar, seu primeiro vinil, o ‘Ave de arribação’, foi gravado em 1986. O que mudou de lá para cá?

Alcymar Monteiro - Olha, posso dizer que não mudou muita coisa. Quero dizer que a mesma autenticidade, o prazer em fazer música de qualidade, o alto astral prevalecem. Infelizmente os anos é que passaram e a idade chegou (risos). Mas lançar o ‘Ave’ foi a ponte entre o anonimato e a evidência.

 

Infonet - O nome do disco é referência ao pássaro que alça vôos mais altos?

AM - Isso mesmo. Arribação é um dito nordestino que quer dizer: a ave que migra. Quando saí de minha cidade, Fortaleza, eu era só um menino e fui tentar a carreira artística em São Paulo. Em 1986 lancei o ‘Ave’, o trabalho que considero mais importante da minha vida.

 

Infonet - Difícil decidir qual melhor trabalho entre os mais de 40 que você fez. Pode-se dizer que o ‘Ave’ e o novo CD ‘Forró brasileño’ são seus trabalhos memoráveis?

AM - Realmente é uma decisão difícil, mas arrisco dizer que sim. Sem dúvida os dois discos são projetos que marcaram minha vida. Um me lança no mundo artístico brasileiro, o outro, para o mundo, já que ‘Forró brasileño’ é todo em espanhol e concorre ao Grammy latino deste ano.

 

Infonet - Por que você economizou na hora de inserir as músicas deste álbum no repertório de hoje?

AM - Hoje eu só canto uma música do ‘Forró brasileño’, a 'Carnavalito’, mas é porque o CD é um trabalho ousado e muitos ainda não entendem o propósito dele. Por isso não me arrisco a inserir mais canções, prefiro manter o show tradicional hoje.

 

Infonet - Você considera tardia sua indicação ao Grammy Latino, afinal são quase 30 anos de carreira?

AM - Não penso desta maneira, porque acredito que tudo vem na hora certa. Você tire pelo Gonzagão, tão mencionado no período junino, mas antes de morrer passou quase dez anos esquecido. Com a morte dele foi que veio o título de referência do baião. Então trabalho por amor mesmo, sem fazer muita expectativa sobre nada.

 

Infonet - Você mostra um carinho especial por Sergipe, até compôs sobre nossa terra. O que tanto te seduz?

AM – O povo e essa festa maravilhosa, prestigiada desta maneira. Já fui a muitos lugares desse Brasil imenso e nunca vi festa tão grandiosa. É sem dúvida a melhor de todo o Nordeste, nem Campina Grande, nem Fortaleza conseguem superar, na minha opinião. Fico muito feliz porque isso significa que a cultura nordestina está muito bem representada. A estrutura do Forró Caju é de primeiro mundo. Até os camarins são os melhores. Adoro essa cidade, adoro esse Estado! Quero voltar sempre! Para se ter uma idéia de como isto aqui é grande, saí do carro e vi o diretor de programação da Rede Globo, imagine que repercussão!

 

Infonet - E você, onde encontra tanto gás para um show tão animado?

AM - Eu tento me cuidar. Graças a Deus não fumo, não bebo e pratico esportes regularmente.

Por Wilma Anjos e Andréa Moura

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