Untitled Document
 
 
 

Genival Lacerda diz não fazer 'pornoxote'


20/06/2008, 05:02


"Um rótulo ridículo criado por músicos que não sabem o que falam"
Natural de Campina Grande, Paraíba, Genival Lacerda está há mais de meio século na música nordestina. Conhecido por muitos como ‘o criador do pornoxote ou pornoxaxado’, ele não concorda com o rótulo. Apesar das repostas aparentemente ásperas, Genival recebeu com muita simpatia a equipe do Portal Infonet. Confira os melhores momentos da conversa.

 

Portal Infonet - No meio artístico, você é conhecido como o criador do ‘pornoxote’, o que significa que suas músicas têm duplo sentido. Como você analisa esse rótulo?

Genival Lacerda - Analiso como um rótulo ridículo, criado por músicos que não sabem o que falam e por jornalistas que acreditam em tudo. Minhas músicas não têm duplo sentido e não falam sobre pornografia. Quem trouxe a pornografia foram as bandas de forró mais recentes, cujo trabalho é bastante aceito pelo público e do qual não tenho nada contra. No entanto, acho que as pessoas deveriam interpretar melhor o meu trabalho.

 

Infonet - As novas bandas são apelativas?

GL - Não sei...  As novas bandas fazem o trabalho delas e, eu, o meu. Cada um atinge o público de uma forma. O meu não é igual ao delas, mas não posso dizer se é melhor ou não, se é apelativo ou não.

 

Irreverente, Genival se apresenta no Forró Caju
Infonet - Quando surgiu o seu gosto pelo forró?

GL - Há bem mais de cinqüenta anos. Na verdade, ingressei no forró pela necessidade de ganhar dinheiro e continuo com essa necessidade até hoje [risos]. Artista não ganha tanto dinheiro quanto o público imagina não. Tudo começou em 1950, ainda na Paraíba. De 1953 a 1964, trabalhei em Pernambuco e, nos anos posteriores, no Rio de Janeiro. Tive que sair do Nordeste porque o centro da produção musical estava no Rio, o que não é tão diferente nos dias atuais. Atualmente, faço esse som que todos vocês conhecem e estou treinando meu filho para ser meu sucessor.

 

Infonet - Você acredita que o artista nordestino ainda sofre preconceito?

GL - Não mais. Há dez anos, isso acontecia muito, mas atualmente acredito que a nossa cultura tem sido mais valorizada. Além disso, as novas bandas, independente do estilo, fazem um grande sucesso nas demais regiões do país.

 

Infonet - Qual a sua análise da evolução do Forró-Caju?

GL - O Forró Caju é uma das festas mais bonitas e organizadas que conheço. O público é bastante fiel e é um imenso prazer poder estar aqui mais uma vez.

 

Por Jéssica Vieira

(0)