O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou nesta quinta-feira, 24, em Brasília, a distribuição de R$ 12,929 bilhões do lucro obtido em 2023. Cerca de 134 milhões de trabalhadores receberão parte desse valor, que corresponde a 95% do lucro total de R$ 13,61 bilhões registrado no ano passado.
A quantia será repartida entre aproximadamente 235 milhões de contas, já que um mesmo trabalhador pode ter mais de uma conta ativa. O depósito será feito pela Caixa Econômica Federal até o dia 31 de agosto, proporcionalmente ao saldo existente em 31 de dezembro de 2023.
Com a distribuição, o FGTS terá rentabilidade de 6,05% em 2024, superando a inflação oficial do ano passado, que ficou em 4,83%. Em comparação, no ano anterior foram distribuídos 65% dos lucros. Nos dois anos anteriores, o índice havia sido de 99%.
A queda do lucro do fundo — que foi de R$ 23,4 bilhões em 2022 — se deve à ausência de ganhos extraordinários, como os R$ 6,6 bilhões provenientes da reestruturação do fundo que financiou o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, além dos saques elevados causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Apesar disso, a arrecadação do FGTS em 2024 cresceu 9%, somando R$ 192 bilhões, impulsionada pela queda no desemprego e maior formalização no mercado de trabalho. Os saques, por outro lado, chegaram a R$ 163,3 bilhões, alta de 15%.
Desde 2017, além da remuneração padrão de 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), o fundo distribui lucros aos cotistas. A partir de 2024, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o FGTS deve ter correção mínima pelo IPCA — embora sem efeito retroativo.
Para consultar o saldo, o trabalhador pode acessar o aplicativo FGTS ou procurar uma agência da Caixa. Os saques, no entanto, só podem ser realizados conforme as regras vigentes, como demissão sem justa causa, compra de imóvel, doenças graves ou adesão ao saque-aniversário.
por João Paulo Schneider
Com informações da Agência Brasil
