Famílias sem terra desocupam sede do Incra

Famílias decidiram deixar a sede do Incra em Aracaju (Foto: divulgação/MST)

Os Trabalhadores Rurais do Acampamento Chico Mendes II, que estavam acampadas na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Sergipe (Incra), em Aracaju, decidiram deixar o local na tarde desta quinta-feira, 27. A decisão de desocupar a área foi tomada após o Leilão Unificado da Justiça do Trabalho, quando o Incra arrematou parte da Fazenda Junco, área em Macambira na qual as famílias já vivem, mas reivindicam sua posse.

“O Incra comprou um dos lotes da fazenda Junco e já se comprometeu a trabalhar em busca de recursos para comprar outras partes da fazenda. Nossa reivindicação era de que a fazenda toda fosse arremetada, mas nesse momento, o Incra não dispõe de recursos. Então, ficou acordado que nos próximos dias, o Incra fará uma proposta de compra à Justiça do Trabalho”, explica Carlos Alberto.

Carlos Alberto explica que 200 famílias estão acampadas na Fazenda Junco, porém somente algumas serão beneficiadas com arremate do lote. “A área arrematada não atende nem a 50 famílias. É por isso que estamos brigando pela compra de toda a fazenda. Se assentadas, as famílias se tornam asseguradas especiais e ganham o direito de participar das políticas de reforma agrária do Governo Federal”, detalha.

Apesar de somente parte das famílias ter sido beneficiada, todos que estavam acampados no Incra decidiram deixar o local. “Decidimos dar credibilidade ao novo superintendente, que se comprometeu a nos ajudar e dar seguimento à nossa luta” justifica Carlos Alberto.

Incra

A Assessoria de Comunicação do Incra informou que arrematou – por R$ 3,9 milhões – um dos cinco lotes da Fazenda Junco. A área, conforme o Incra, será destinada ao assentamento de 30 famílias. O Incra confirmou ainda que tentará posteriormente comprar outros três lotes (caso não tenham sido vendidos no leilão) com o objetivo de assentar um número maior de famílias. 

Por Verlane Estácio