O primeiro número da revista da Câmara teve seu conteúdo distribuído em cinco partes: Documentação, Evocações, Memória, Iconografia e Colaborações. Contou com um ensaio especial e com noticiário referente ao funcionamento da própria Câmara. Os documentos foram selecionados a partir da Resolução 413, de 17 de março de 1855, que elevou o povoado do Santo Antonio do Aracaju à condição de cidade, sediando ali a capital da Província e transferindo, de pronto, a Assembléia Provincial. A Resolução é a certidão de nascimento da cidade e capital, que dá início a uma história de 150 anos.

Outros documentos, diversos e abrangentes, dão aos leitores a visão das providências em favor da capital, incluindo decisões tomadas pelo Poder Legislativo municipal, instalado após a mudança. A Assembléia era a mesma, mas a Câmara era outra, formada em cumprimento da lei, mas também com a responsabilidade de acompanhar o plano de construção da capital, exemplificado no alinhamento das ruas da cidade.

Está na Revista o discurso do presidente da Câmara, o padre Agostinho Rodrigues Braga, de saudação ao Imperador Pedro II e sua comitiva, que no dia 10 de janeiro de 1860 aportavam na  Ponte do Imperador, ancoradouro construído com o fim especial de receber as visitas imperiais. O pronunciamento, foi feito, no dia 14 de janeiro, em presença dos vereadores Luiz Freire de Resende, Manuel Ferreira dos Santos, Joaquim Rodrigues Dantas Portela, Leandro Muniz Teles, José  Meireles de Menezes, Tobias de Mendonça Galvão, José Joaquim Ferreira de Melo e Antonio Muniz de Melo Teles. Já no dia 19 de janeiro, em Estância, coube a Câmara Municipal de Aracaju apresentar as despedidas, mais uma vez pela palavra do presidente padre Agostinho Rodrigues Braga.

Zeca da Silva, presidente da Câmara, fez apresentação da Revista

Evocações é um apanhado de textos assinados por grandes intelectuais da terra, alguns de natureza histórica, como os de Manuel dos Passos de Oliveira Teles, de 1905, e de Enock Santiago, de 1915, outros de memória, como o de Francisco Junqueira, de 1961, e o de Murillo Melins, que é de agora, embora revisite a cidade nos anos gloriosos da década de 1940/50. O texto de José Silvério Leite Fontes, de análise da formação e evolução da cidade e o poema de Bonifácio Fortes, completam a segunda parte da Revista.

A terceira parte – Memórias – é inteiramente dedicada ao Centenário de 1955, reconstituindo a sessão da Câmara de Vereadores e reunindo os textos dos discursos do deputado federal Luiz Garcia e dos senador Augusto Maynard Gomes e Júlio Leite. A Iconografia domina a quarta parte, reproduzindo mapas, plantas e fotos de Aracaju.

Por fim, na quinta parte, alguns ensaios sobre a educação em Aracaju, assinados pelos professores doutores Jorge Carvalho do Nascimento e Ester Fraga Vilas Boas Carvalho do Nascimento e pela professora mestra Raylane Andreza Dias Navarro Barreto. Os ensaios tratam dos concursos e remuneração de professores na capital sergipana e do ensino religioso, focando Escola Americana de Aracaju e o Seminário Sagrado Coração de Jesus.

A publicação, de 282 páginas, insere também um ensaio sobre Aracaju, assinado por Luiz Antonio Barreto, material noticioso sobre a posse dos vereadores eleitos em 2004, eleição da Mesa Diretora da Câmara, e  resumo da solenidade comemorativa do Sesquicentenário da mudança da capital. Anais Municipais tem tudo para ser um veículo útil, aberto, a reunir documentos e contribuições que ponham Aracaju em primeiro plano e que levem a Câmara Municipal a ordenar seu arquivo, sua memória, recuperando século e meio de história.

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