Mais confusão envolvendo um concurso público. Dessa vez várias pessoas, que se inscreveram no concurso promovido pelo Banco do Nordeste do Brasil, para o cargo de agente administrativo, deram entrada em uma Ação Civil Pública – no Ministério Público Federal – contra os organizadores do certame. Elas alegam que o concurso está sob suspeita de fraude. A versão dos candidatos é que os pacotes com as provas, que foram entregues em algumas salas, não continham o número de provas correspondente ao informado na etiqueta. “Estávamos na sala 13, onde, pela lista, 40 candidatos deveriam fazer a prova. Quando chegou o pacote, os fiscais chamaram dois candidatos para atestar que o mesmo estava lacrado. Uma das testemunhas chegou a assinar, atestando o lacre, mas quando ela foi contar o número de provas percebeu que havia apenas 30, quando na etiqueta dizia que teriam 40”, explicou a estudante universitária Ana Simplícia Lemos Coutinho, uma das candidatas que procurou o MPF. Segundo a estudante, os fiscais alegaram que as outras provas que não estavam no pacote eram referentes aos candidatos que, por motivo religioso, só poderiam participar do certame a partir das 18h. “Se foi isso, essas provas deveriam estar separadas em outro pacote e o nome dessas pessoas deveria constar em uma lista à parte”, argumenta Ana. “Se acontecesse normalmente, não tivesse sido anulado o primeiro, que aconteceu no dia 23 de maio, talvez pudéssemos deixar passar. Mas depois desta situação ficamos de espírito armado”, salienta a estudante. Por conta da suspeita, diversos candidatos deixaram as salas e não fizeram as provas. Procurados para informar a posição do BNB sobre o episódio, a assessoria de Comunicação do banco informou que o órgão só irá se pronunciar no final da tarde de hoje. O concurso foi anulado uma primeira vez, em maio, porque investigações apontaram que duas irmãs, que fizeram o exame em Natal, no Rio Grande do Norte, usaram um aparelho celular para passar informações sobre o gabarito das provas.