A renúncia se deu por causa do requerimento do deputado estadual João das Graças (PMN), que sugeria levar o radialista à Comissão de Ética da câmara. Se o projeto fosse aprovado e Gilmar, condenado, ele poderia ser cassado e perder os direitos políticos por oito anos. O parlamentar foi acusado de ser responsável pela compra de um veículo que foi incendiado em uma manifestação de taxistas, realizada no ano passado.

O crime contra a ordem pública quase levou o radialista à Comissão de Ética: um Chevette foi incendiado em via pública pelos manifestantes, e a origem do veículo acabou sendo tema de reportagem de um jornal local, nesta semana. O requerimento entrou na pauta de ontem da Assembléia, mas para evitar que fosse votado, os parlamentares da oposição se retiraram do plenário. Por falta de quorum, a votação foi transferida para a segunda.

De acordo com funcionários da Assembléia, a ida de Carvalho para a Comissão de Ética poderia ter sido desastrosa: a maioria dos componentes é de deputados da bancada do governo, que manteriam diferenças com o parlamentar. Agora, Carvalho deve enfrentar o Tribunal de Justiça, que mantém dezenas de processos contra o radialista. Até o momento, era a imunidade parlamentar que protegia o deputado.

Segundo Gilmar, o requerimento não foi idéia apenas de João das Graças, mas teria sido idéia de pessoas “no terceiro andar do Palácio de Despachos”, disse. O radialista já teria a carta de renúncia pronta desde a quarta-feira passada.