O Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai) em parceria com a Petrobras e o apoio da Universidade Federal de Sergipe, tem desenvolvido diversas ações educativas e de formação com as mulheres que integram essa rede de solidariedade para promover a igualdade racial e de gênero e fortalecer a luta antirracista.

Por isso, as comemorações em torno do Dia da Consciência Negra também fazem parte de sua agenda de incidência política. E, neste ano, o Projeto preparou uma programação especial que envolve, principalmente, debates e reflexões sobre a cultura e a escrevivência negra. No dia 18, será realizada uma roda de leitura, na sede do Projeto, de textos do livro Olhos D’Agua, de Conceição Evaristo, uma linguista e escritora brasileira negra, das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil que escreve nos gêneros da poesia, romance, conto e ensaio.

A roda de leitura contará com a participação da Yalorixá Sônia Oliveira, mestra em Políticas Sociais, professora e atualmente atua na qualidade de Referência técnica para Povos e Comunidades tradicionais da Secretária de Estado da Inclusão e Assistência Social. No mesmo dia também acontecerá a live Cultura Negra em Movimento, com a participação de Íris Brito e Larissa Vieira, duas jovens mulheres negras que têm pesquisado e produzido arte e cultura negra em Sergipe. A live será transmitida pelo Instagram do Projeto (@redesolidariademulheres).

Já no dia 19, as mulheres do Projeto integrarão às ações do Fórum de Entidades Negras de Sergipe que realizará a Marcha da Consciência Negra, com saída marcada para às 16h da Comunidade da Maloca, no Bairro Getúlio Vargas, esquina das Ruas Riachão e Propriá, em Aracaju. E, no dia 20, as mulheres participam do Descidão dos Quilombolas com os artistas Alex Santana, Mayra Félix, Samba das Pretas e Griot Nagô.

Para Alicia Salvador, presidente da Ascamai, a programação da Rede para o Dia da Consciência Negra expressa o trabalho cotidiano feito pelo projeto.

“Eu sou uma mulher preta de comunidade tradicional que luta todos os dias ao lado de centenas de outras mulheres pretas. Nós sentimos o peso da descriminação contra o povo preto e, por isso, sei que o 20 de novembro é um dia de celebração, mas também é um dia de luta e de reflexão sobre a nossa vida e a nossa história. Portanto, organizar espaços de reflexão coletiva sobre tudo isso é muito importante e mostra a grandeza de tudo que a Rede constrói e representa”, disse Alicia.

Dia da Consciência Negra

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil.

Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695 por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros do Movimento Negro Unificado  (MNU), em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam.

Confira a programação completa:

18/11 Sexta-feira

9h Roda de leitura em homenagem a Conceição Evaristo – convidada Yá Sônia Oliveira

11h Exibição do vídeo Conceição Evaristo, uma entidade da literatura brasileira

11:30 Sorteio de livro

15h Live Cultura Negra em Movimento – convidadas Íris Brito e Larissa Vieira

17h Exibição do filme Histórias Cruzadas

19/11 Sábado

14h Sessão de cinema no Cine Vitória

16h Participação na Marcha da Consciência Negra. Concentração às 15h na Comunidade Maloca

20/11 Domingo

14h Participação no Descidão dos Quilombolas com Alex Santana, Mayra Félix, Samba das Pretas e Griot Nagô

Fonte: Assessoria de Imprensa