Foram realmente chocantes as imagens que vivos nessa semana vindas da capital espanhola. Vamos deixar para os políticos debaterem quem foi o culpado por esse atentado e nos ater apenas ao futebol, que apesar de às vezes parecer uma guerra, é uma batalha sadia onde vencidos são também vencedores.

Concordo totalmente com a liga espanhola em manter todos os jogos da rodada exatamente como estavam antes dos atentados. A vida não pode parar. O terror não pode vencer e o que eles querem é fazer com que o medo domine e mude a vida das pessoas. Espero que todos os estádios estejam cheios, essa será a resposta para eles. A Espanha é mais forte que o terror.

Durante as viagens da seleção convivemos sempre com muitos jornalistas da Espanha e de outros países europeus, que com a riqueza e estrutura de seus veículos podem arcar com os custos de uma cobertura especial sobre os ídolos de seus clubes, que jogam pelo Brasil. Nossos pensamentos ficaram com eles esta semana na esperança que nada de ruim tenha acontecido com nossos amigos.

Bela atitude a dos torcedores do Bayern de Munique que foram doar sangue para os feridos nos atentados antes de embarcar para a Alemanha. Linda também foi a atitude dos dirigentes do time em oferecer um amistoso com o Real Madrid para arrecadar fundos para as famílias atingidas. Futebol é isso ai, briga em campo, solidariedade fora dele.

O Real Madrid não tem o direito de censurar seus atletas nesse ou em qualquer outro momento. Dar opinião é um direito do ser humano. Se essa censura realmente aconteceu, é no mínimo execrável. Sempre falam que jogador de futebol é alienado, que não sabe o que acontece no mundo, quando um deles quer falar, seus superiores colocam um cabresto. Democracia não é bombardear um país para impor um regime, é deixar ao menos cada cidadão dar a sua opinião sobre os eventos que envolvem sua vida.

Diogo Kotscho, santista, tem 27 anos e é assessor de imprensa do Guaraná Antarctica na Seleção Brasileira e do jogador Kaká.